quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tópicos as palavras que fazem as notícias do mundo...

1. Economia brasileira em samba rápido

O presidente do Banco Central brasileiro veio ontem tranquilizar o mais possível os investidores e os observadores internacionais que incluem o Brasil entre os países com economias em maior risco de sobreaquecimento. Alexandre Tombini informou que a inflação já está a recuar, prevendo que em 2012 esteja dentro do objetivo ideal, e sublinhou que a economia brasileira cresce a uma velocidade convergente para a taxa sustentável de longo prazo.

Segundo Tombini, o Brasil está mais preparado para lidar com um cenário de crise que eventualmente se coloque. Boas notícias para os segmentos pobres da população: a economia brasileira continuará a crescer em ritmo de samba rápido nos próximos anos, provocando a dilatação da classe média.

E isto com um crescimento demográfico que também acelerou, assim se mantendo nos próximos 20 anos. Um alerta às empresas brasileiras: o risco cambial permanece, sendo que o dólar não estará a descer para sempre.

2. Christine Lagarde


A primeira mulher a comandar as finanças planetárias já iniciou  funções. O salário de Christine Lagarde foi fixado em cerca de 380.000 euros anuais, despesas incluídas. Uma atualização a rondar a inflação. Mas o contrato diferencia-se ao nível da maior exigência ética. O empregador espera que "sejam observados os mais altos níveis de conduta ética, consistente com os valores da integridade, imparcialidade e discreção".

3.
Bombardier

A construtora ferroviária canadiana prepara um despedimento em massa no Reino Unido: mais de 1.400 trabalhadores serão dispensados, cerca de metade do total naquele país. A razão apontada pela Bombardier prende-se com ter perdido um grande contrato público para uma rival alemã. São menos 3.000 milhões de euros. Preocupados, os sindicatos acusaram o Governo britânico de "vandalismo industrial".

A sensação de estagnar....

Apesar da série de acontecimentos de baixa probabilidade e de alto impacto que atingiram a economia global em 2011, os mercados financeiros continuaram a subir alegremente até há cerca de um mês.
O ano começou com o aumento dos preços dos alimentos, do petróleo e das matérias-primas, dando origem ao espectro da inflação elevada. Em seguida, desencadearam-se fortes tumultos no Médio Oriente, o que fez subir ainda mais as cotações do crude. Depois veio o terrível sismo no Japão, que provocou graves danos à sua economia e às cadeias de fornecimento global. E depois a Grécia, Irlanda e Portugal perderam o acesso aos mercados da dívida, pedindo ajuda financeira externa ao Fundo Monetário Internacional e à União Europeia.

Mas as coisas não se ficaram por aqui. Apesar de a Grécia ter sido resgatada há um ano, o Plano A falhou claramente. A Grécia vai solicitar mais um resgate oficial - ou uma ajuda por parte dos credores privados, uma opção que está a alimentar fortes desacordos entre os decisores políticos europeus.

Nos últimos tempos, os receios em torno dos insustentáveis défices orçamentais dos EUA também resultaram em querelas políticas, quase levando a uma crise governamental. Uma guerra semelhante está agora a fermentar em torno do "tecto de endividamento" da América, que, se não for resolvido, coloca a dívida pública norte-americana sob a ameaça de incumprimento "técnico".

Até há bem pouco tempo, os mercados pareciam estar a descontar estes choques; exceptuando alguns dias em que o pânico em torno do Japão ou do Médio Oriente levou a correcções, eles continuaram a subir. No entanto, desde finais de Abril, registou-se uma correcção mais persistente nos mercados accionistas globais, decorrente dos receios de que o crescimento económico nos Estados Unidos e no resto do mundo possa estar a desacelerar fortemente.

Os dados provenientes dos EUA, do Reino Unido, da periferia da Zona Euro, do Japão e mesmo das economias dos mercados emergentes estão a sinalizar que parte da economia global - especialmente no que diz respeito às economias avançadas - pode estar a estagnar, se não mesmo a mergulhar numa nova recessão. A aversão mundial ao risco também aumentou, à medida que a opção de "prolongar e fingir" ou "adiar e rezar" no que respeita à Grécia está a tornar-se cada vez menos desejável, com o espectro de uma reestruturação desordenada da dívida a tornar-se mais provável.

Os optimistas dizem que a economia global está simplesmente a passar por um período de abrandamento passageiro. As empresas e os consumidores reagiram aos choques deste ano através de uma desaceleração "temporária" do consumo, dos gastos de capital e da criação de empregos. Desde que os choques não piorem (e desde que alguns percam intensidade), a confiança e o crescimento retomarão na segunda metade do ano e os mercados accionistas voltarão a ganhar terreno.

No entanto, existem boas razões para acreditarmos que estamos a passar por uma contracção mais persistente. Em primeiro lugar, os problemas da periferia da Zona Euro são, em alguns casos, problemas de real insolvência, não de falta de liquidez: dívidas e défices públicos e privados enormes e crescentes; sistemas financeiros penalizados que precisam de ser saneados e recapitalizados; ausência de crescimento económico; e aumento do desemprego. Já não é possível negar que as dívidas públicas e/ou privadas na Grécia, Irlanda e Portugal precisam de ser reestruturadas.

Em segundo lugar, os factores que estão a levar a uma desaceleração do crescimento nos EUA são crónicos. Entre eles, incluem-se a lenta mas persistente desalavancagem dos sectores público e privado; o aumento dos preços do petróleo; a fraca criação de empregos; uma nova contracção no mercado imobiliário; graves problemas orçamentais a nível estatual e local; e um insustentável défice e encargo da dívida a nível federal.

Em terceiro lugar, no Reino Unido, o crescimento económico médio estancou nos últimos dois trimestres, com uma investida da austeridade orçamental numa altura em que o aumento da inflação está a impedir que o Banco de Inglaterra flexibilize a política monetária. Com efeito, a inflação poderá até obrigar o banco central inglês a aumentar as taxas de juro no Outono. E o Japão está já a resvalar de novo para a recessão devido ao sismo.

Todas estas economias estavam já a crescer de forma anémica e abaixo da tendência, uma vez que o processo de desalavancagem em curso exigia uma redução dos gastos públicos e privados, de modo a aumentar as taxas de poupança e a reduzir os níveis de endividamento. E agora, além da série de acontecimentos "cisne negro" com que as economias avançadas se confrontaram este ano, os estímulos monetários e orçamentais foram retirados na maioria delas, ou sê-lo-ão em breve.

Se o que está a acontecer acabar por se revelar pior do que um abrandamento temporário, a correcção do mercado irá continuar, debilitando ainda mais o crescimento à medida que os efeitos negativos - sobre a riqueza - da queda dos mercados de capitais forem reduzindo os gastos privados. E ao contrário do que aconteceu no período de 2007-2010, em que cada choque negativo e contracção do mercado foi sendo contrabalançado por mais medidas políticas por parte dos governos, desta vez os decisores estão a ficar sem munições, pelo que podem revelar-se incapazes de relançar os preços dos activos e de pôr em marcha a economia real.

Esta falta de armas políticas reflete-se no facto de a maioria das economias avançadas estar a implementar alguma forma de austeridade, de modo a evitar uma catástrofe orçamental no futuro. A dívida pública já está elevada e muitas obrigações soberanas estão já em dificuldades, pelo que a capacidade de os governos salvarem os seus bancos através de mais resgates, garantias e delimitação de activos questionáveis está a ser severamente limitada. É possível que não haja uma nova ronda da chamada "quantitative easing" por parte das autoridades monetárias, uma vez que a inflação está a subir - se bem que lentamente - na maioria das economias avançadas.

Se os mais recentes dados económicos globais reflectem algo mais sério do que um abrandamento momentâneo, e se os mercados e as economias continuarem a abrandar, os decisores políticos poderão ver-se também de mãos vazias. Se isso acontecer, o risco de estagnação ou de recessão em forma de W aumentará fortemente em muitas economias avançadas.


Nouriel Roubini é professor de Economia na Stern School of Business, Universidade de Nova Iorque, é "chairman" da consultora global de macroeconomia Roubini Global Economics (www.roubini.com) e é co-autor do livro intitulado Crisis Economics: A Crash Course in the Future of Finance, cuja edição em capa mole foi recentemente publicada nos EUA e no Reino Unido.

© Project Syndicate, 2011.
www.project-syndicate.org
Tradução: Carla Pedro

You Bastards!

Pedro Santos Guerreiro
Choque. Escândalo. Lixo. Resignação? Não. Mas sim, lixo, somos lixo. Os mercados são um pagode, e nós as escamas dos seus despojos.
Isto não é uma reacção emotiva. Nem um dichote à humilhação. São os factos. Os argumentos. A Moody's não tem razão. A Moody's não tem o direito. A Moody's está-se nas tintas. A Moody's pôs-nos a render. E a Europa rendeu-se.

As causas da descida do "rating" de Portugal não fazem sentido. Factualmente. Houve um erro de cálculo gigantesco de Sócrates e Passos Coelho quando atiraram o Governo ao chão sem cuidar de uma solução à irlandesa. Aqui escrevi nesse dia que esta era "a crise política mais estúpida de sempre". Foi. Levámos uma caterva de cortes de "rating" que nos puseram à beira do lixo. Mas depois tudo mudou. Mudou o Governo, veio uma maioria estável, um empréstimo de 78 mil milhões, um plano da troika, um Governo comprometido, um primeiro-ministro obcecado em cumprir. Custe o que custar. Doa o que doer. Nem uma semana nos deram: somos lixo.

As causas do corte do "rating" não fazem sentido: a dificuldade de reduzir o défice, a necessidade de mais dinheiro e a dificuldade de regressar aos mercados em 2013 estão a ser atacadas pelo Governo. Pelo País. Este corte de "rating" não diagnostica, precipita essas condenações. Portugal até está fora dos mercados, merecia tempo para descolar da Grécia. Seis meses, um ano.

Só que não é uma questão de tempo, é uma questão de lucro, é uma guerra de poder. Esta decisão tem consequências graves e imediatas. Não apenas porque o Estado fica mais longe de regressar aos mercados. Mas porque muitos investidores venderão muitos activos portugueses. Porque é preciso reforçar colaterais das nossas dívidas. Porque hoje todos os nossos activos se desvalorizam. As nossas empresas, bancos, tudo hoje vale menos que ontem. Numa altura de privatizações. De testes de "stress". Já dei para o peditório da ingenuidade: não há coincidências. Hoje milhares de investidores que andaram a "shortar" acções e dívidas portuguesas estão ricos. Comprar as EDP e REN será mais barato. Não estamos em saldos, estamos a ser saldados. Salteados.

Portugal foi um indómito louco, atirou-se para um precipício, agarrou-se à corda que lhe atiraram. Está a trepar com todas as forças, lúcido e humilde como só alguém que se arruína fica lúcido e humilde. Veio a Moody's, cuspiu para o chão e disse: subir a corda é difícil - e portanto cortou a corda.

Tudo isto não é por causa de Portugal, é por causa da guerra entre os EUA e a Europa, é por causa dos lucros dos accionistas privados e nunca escrutinados das "rating". Há duas semanas, um monumental artigo da jornalista Cristina Ferreira no "Público" descreveu a corrosão. Outra jornalista, Myret Zaki, escreveu o notável livro "La fin du Dollar" que documenta o "sistema" de que se alimentam estas agências e da guerra dólar/euro que subjaz.

Ontem, Angela Merkel criticou o poderio das agências e prometeu-lhes guerra. Não foi preciso 24 horas para a resposta: o aviso da Standard & Poors de que a renovação das dívidas à Grécia será considerado "default" selectivo; a descida de "rating" da Moody's para Portugal.

Estamos a assistir a um embuste vitorioso e a União Europeia não é uma potência, é uma impotência. Quatro anos depois da crise que estas agências validaram, a Europa foi incapaz de produzir uma recomendação, uma ameaça, uma validação aos conflitos de interesse, uma agência de "rating" europeia. Que fez a China? Criou uma agência. Que diz essa agência? Que a dívida portuguesa é BBB+ (semelhante ao da canadiana DBRS: BBB High). Que a dívida americana já não é AAA. Os chineses têm poder e coragem, a Europa deixou-se pendurar na Loja dos Trezentos... dos americanos.

Anda a "troika" preocupada com a falta de concorrência em Portugal... E a concorrência ente as agências de "rating"? Há dois dias, Stuart Holland, que assinou o texto apoiado por Mário Soares e Jorge Sampaio por um "New Deal" europeu, disse a este jornal: é preciso ter os governos a governar em vez das agências de 'rating' a mandar.

Não queremos pena, queremos justiça. A Europa fica-se, não nos fiquemos nós. O Banco Central Europeu tem de se rebelar contra esta ditadura. Em Outubro, o relatório do Financial Stability Board, que era liderado por Mário Draghi, aconselhava os bancos e os bancos centrais a construírem modelos próprios para avaliarem a eligilibidade dos instrumentos financeiros por estes aceites e pôr termo ao automatismos das avaliações das agências de rating. Draghi vai ser o próximo presidente do BCE. Não precisa de acabar com as agências de "rating", precisa de levantar-se destas gatas.

Este corte de "rating" é grave. É uma decisão gratuita que nos sai muito cara. Portugal é o lixo da Europa. As agências de "rating" são os cangalheiros, ricos e eufóricos, de um sistema ridiculamente inexpugnável. As agências garantem que nada têm contra Portugal. Como dizia alguém, "isto não é pessoal, apenas negócios". Esse alguém era um padrinho da máfia.
                                                                                                                                 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Libia: Khadafi ataca: Violações em massa com recurso a Viagra

As forças do coronel Muammar Kadhafi estarão a usar à violação como arma de guerra e a recorrer a fármacos para potenciar a ações dos soldados.
As acusações foram feitas pelo procurador do Tribunal Penal Internacional, Luís Moreno-Ocampo.
“Os medicamentos do tipo Viagra demonstram esse tipo de política. Eles estão a comprar contentores com produtos para aumentar a possibilidade de violação de mulheres. E nós estamos a recolher mais informação detalhada para confirmar esta política.”
A primeira evidência de violação surgiu com Eman al-Obeidi, a mulher que em março denunciou ter sido violada por soldados por ser natural de Bengasi
Agora, com provas, o Tribunal Penal internacional vai juntar mais uma acusação contra a cúpula do regime de Kahdafi. Em certas regiões do país haverá centenas de mulheres violadas.

A candidata francesa à direção do FMI

Com Christine Lagarde, a Europa dotou-se de uma candidata sólida para conseguir a direção do FMI.
Esta francesa nascida em 1956, advogada, especialista em direito do Trabalho e em direito da concorrência, dirigiu um gabinete internacional em Chicago, e por isso tem uma cultura anglo-saxónica associada ao intervencionismo à francesa.
Christine Lagarde, ministra francesa da Economia:
“Temos de ser rigorosos e cuidadosos relativamente às matérias primas. Os riscos são os mesmos. Precisamos de mecanismos que permitam uma regulação, e isso significa limites para evitar que os especuladores tomem posições demasiado importantes”.
A crise financeira, económica, da dívida e do euro, deram à ministra francesa de Economia uma oportunidade para provar a mais-valia. Convertida numa estrela entre os pares, obteve o apoio do
comissário europeu de Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rhen.
Face à crise grega defende a solidariedade europeia ao mesmo tempo em que exige reformas dolorosas em Atenas. Converteu-se numa das principais opositoras à reestruturação da dívida grega.
A mesma postura de Angela Merkel. A chanceler alemã apoia a candidatura:
“- Sempre disse que a ministra francesa das Finanças é uma personalidade excelente e uma pessoa com experiência…”
Alheia ao mundo político, Christine Lagarde foi a primeira francesa com a Pasta de Economia, em 2007, sob presidência de Nicolas Sarkozy. Depois de alguns deslizes, consolidou-se como elemento
indispensável pela gestão da crise económica que permitiu a França amortecer os prejuízos, Christine Lagarde é a ministra de Economia que mais anos tem estado à frente do ministério da V República.
O único obstáculo tem nome de banco. Trata-se concretamente do Credit Lyonnais. Para solucionar o litígio entre a entidade e um conhecido homem de negócios, Bernard Tapie, a ministra aprovou em 2007 o recurso a um tribunal arbitral privado. O custo para o Estado francês foi de 385 milhões de euros.
Está previsto que a justiça decida se abre ou não uma investigação sobre a atuação de Christine Lagarde a 10 de junho, data limite para depositar a candidatura ao FMI.
Se o caso ficar encerrado, Lagarde, acostumada a brilhar num mundo dominado por homens, terá desbravado o caminho para Washington.

Legado de Strauss-Khan ao FMI

Dominique Strauss-Kahn sucedeu ao espanhol Rodrigo Rato, na direcção do FMI no outono de 2007.
Por um lado, esta instituição financeira está muito marcada pelos dogmas neoliberais e pelas receitas implacáveis que impõe aos países em dificuldades; por outro, também está deficitária e envelhecida e nem sequer pressentiu a crise provocada pela deriva das finanças.
Strauss-Khan trouxe uma brisa de ar fresco à instituição, criada em 1944 em Bretton Woods.
Dominique Strauss-Kahn:
“-O Fundo tem de ser tão relevante como legítimo. Relevante significa que tem de se adaptar, adaptar-se à globalização, adaptar-se a novos tipos de crise financeira, como já passámos e que partiu dos Estados Unidos, em pleno debate sobre os créditos imobiliários de alto risco. Mas também podem desencadear-se outros tipos de crise.”
O novo diretor ocupou-se imediatamente das contas em pior estado. Vendeu parte do ouro e prescindiu de uma parte dos executivos. Atualmente, o FMI é mais rico do que nunca; os Estados membros duplicaram as contribuições permanentes ao capital, em 2010.
Strauss-Khan também modernizou o Fundo e reequilibrou o direito de voto no seio do conselho de administração, em benefício das economias emergentes.
Agora a China é o número três em termos de votos, o Brasil, a Índia e a Rússia também têm mais representação, enquanto a Europa abandonou dois dos nove postos que ocupava nos 24 que existiam no conselho de Administração.
Depois de aconselhar medidas de reativação aos Estados, o ex-chefe do FMI dedicou muitos esforços à crise da dívida dos países europeus decorrente da crise financeira.
No seu mandato, o FMI emprestou um total de 100 mil milhões de euros aos três países da zona euro: Grécia, Irlanda e Portugal, além de quatro países membros da União: a Hungria, a Letónia, a Roménia e Polónia.
Em troca, o FMI exige medidas extremas de austeridade. Nos países em que intervem, principalmente na Europa, o Fundo é muito impopular.
Noutros pontos do mundo, a anulação dos juros dos empréstimos aos países mais pobres, decidida por Strauss-Khan, melhorou a imagem da instituição financeira.
No entanto, o ex-diretor geral não conseguiu terminar a reforma do sistema monetário internacional, que queria liderar com o FMI. Demitiu-se na primeiras fase com o projeto em estado embrionário.
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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mensagem ao candidato vencedor das eleições legislativas portuguesas Sr. Pedro Paços Coelho


Meu caro Pedro:
Mal o conheço. Só falei consigo uma vez, quando o entrevistei para "A Cor do Dinheiro" (na RTP N), mas não resisto a deixar-lhe alguns conselhos. Até porque não fiquei impressionado com a conversa…

- 1ª tarefa: escolha o ministro das Finanças. Tudo vai passar por ele…: tem de ser alguém competente, respeitado, com sensibilidade para as empresas e… acima dos 50 (para não se "cortar" nas medidas difíceis, receando não ter emprego quando sair).
- Faça todo o "mal" que puder nos dois primeiros anos. Isto é, antecipe algumas medidas da Troika. Depois chape na cara da Merkel… e exija concessões.
- Não conte com estados de graça. Nem dos partidos. Nem do povo (aquela abstenção!). Nem da Troika. Nem da Imprensa - nós, jornalistas, desculpamos mais facilmente políticos de Esquerda que de Direita.
- Esqueça as medidas emblemáticas. São "pinte.." (você sabe o quê…). O sucesso faz-se de pequenas medidas. Bem executadas.
- Mande bugiar os barões do partido (os que o enxotaram e agora fazem fila para a fotografia). Não os deixe condicioná-lo.
- Não hostilize o PS. O país precisa dele para implementar o memorandum.
- Tenha paciência com o Paulo. Tem um ego Graaande, mas é competente.
- Não manipule estatísticas e ponha os "boys" na ordem - em matéria de lobbies, o seu partido não fica atrás do PS.
- Em suma: não governe para ser reeleito. Veja o Sócrates; não fez o que devia ter feito para não perder eleições. Mas perdeu copiosamente. Os 1º ministros não ficam na História por fazerem coisas simpáticas. Ficam por mudar o país.
- Ah! Só mais um ponto: estes conselhos são de graça. Prometo que se o tempo mostrar que me enganei quanto à "impressão", pedirei desculpa.