sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CRISE DO EURO: MOEDA AO AR!!!

Angela Merkel, na solidão de um quarto de hotel, olha para uma moeda de €1 na palma da sua mão. A imagem é muito literal. O que vai acontecer à Europa vai acontecer a todos nós. E o que será, hoje? "Os acontecimentos podem passar do impossível ao inevitável sem pararem no provável".
 
A frase de Alexis Tocqueville, escrita há mais de 150 anos, passa a comentário do dia. A cimeira europeia que hoje começa tem pouco para correr bem, excepto o desespero de que possa correr mal. O que era impossível pode passar a inevitável: ou mais Europa ou Europa nenhuma.

Seja a 27, a 17, a dois ou a sós, a chanceler alemã sabe que o tudo ou nada depende essencialmente de si. Isso o lhe é necessariamente desfavorável: se queria fazer o que queria, assim poderá fazê-lo agora. Nos 17 do euro, há um sobranceiro e 16 suplicantes - incluindo a França, que se alinhou debaixo da Alemanha para ficar na fotografia.

Nos 27 da União Europeia , contudo, não é assim. O Reino Unido está contra alterações na regulação financeira. Quer aproveitar a renegociação de tratados para exigir contrapartidas. Quer talvez excluir-se do processo de integração europeia e tornar-se numa grande Suíça da Europa. É bom para o negócio.

A cimeira comou na verdade ontem. Vestida de preto, Angela Merkel chegou depois de o Banco Centra Europeu ter ido além do que se esperava mas ficado aquém do que se pedia. Num punhado de medidas, o BCE fez uma coisa e disse outra. O que fez foi ajudar os bancos, quer baixando o custo do dinheiro, quer aumentando a sua capacidade para mobilizarem liquidez. Assim foi para compensar medidas da refoo de capitais de que discordam. E para ser activo contra um 2012 que, afinal, será de recessão europeia. 
 
Texto de Pedro Santos Guereiro, Jornalista e director do Jornal de Negócios

Tarde Demais???

Nos deparamos agora com o fato, meus amigos, de que o amanhã está aqui hoje. Somos confrontados pela feroz urgência do agora.

No desenrolar deste dilema da vida e da história, existe tal coisa como tarde demais. A procrastinação ainda é a ladra do tempo. A vida muitas vezes nos deixa despidos, nus, e abatidos pelas oportunidades perdidas. A maré nos assuntos humanos não permanece cheia –também recua e abaixa.

Podemos clamar, em desespero, para que o tempo faça uma pausa em sua passagem, mas o tempo é irredutível e surdo às súplicas, e se apressa em seu curso. Sobre os ossos embranquecidos e os resíduos caóticos de muitas civilizações, estão escritas as patéticas palavras: “Tarde demais”.

— Martin Luther King, Jr