sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tiririca recebe diploma de deputado federal mais votado do Brasil


Com 1,3 milhão de votos, ele foi o deputado federal mais votado do Brasil.
O deputado federal eleito, Francisco Everardo Oliveira ou simplesmente, Tiririca, chegou por volta das 9h30 desta sexta-feira (17) à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde deverá receber o diploma.
Tiririca obteve 1,3 milhão de votos e é o deputado mais votado do país. Nesta sexta, serão diplomados o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB), o vice-governador Guilherme Afif Domingos (DEM), os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e Marta Suplicy (PT), além de 70 deputados federais e 94 deputados estaduais paulistas eleitos em 3 de outubro.
“Estou nervoso e feliz. É o primeiro diploma de muitos que vêm aí”, disse. Tiririca afirmou que está a estudar a Constituição e que deve focar seus projectos nas áreas de educação e cultura, na defesa de artistas circenses em geral e ciganos.
De referir que, a Cerimónia de entrega de diplomas decorre na Assembleia Legislativa de São Paulo, no Brasil.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ame a vida, para o SIDA



Não podia deixar passar esta data sem oferecer o meu singelo contributo, prestando homenagem a todos aqueles que têm parte activa, nesta grande luta contra o flagelo que é a Sida.

Esta luta é levada a cabo todos os dias do ano, incessantemente, mas é no dia de hoje que o mundo inteiro se une com esforço redobrado numa vaga de solidariedade para com as vítimas desta doença.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Avançar sempre!


Na vida, as coisas, às vezes, andam muito devagar. Mas é importante não parar, pois mesmo um pequeno avanço na direcção certa já é considerado um progresso, e qualquer um pode fazer um pequeno progresso.
Se você não conseguir fazer uma coisa grandiosa hoje, faça alguma coisa pequena. Pequenos riachos acabam por se converter em grandes rios, por isso, continue a caminhar e a realizar.
O que parecia fora do seu alcance esta manhã, vai parecer um pouco mais próximo amanhã ao anoitecer, se você continuar a mover-se para a frente. Por cada momento intenso e apaixonado que você dedica ao seu objectivo, um pouco mais de si aproxima-se dele. Se você pára completamente é muito mais difícil começar tudo de novo. Então, continue a caminhar e a construir, sem desperdiçar a base que você já construiu.
Existe sempre alguma coisa que você pode fazer agora mesmo, hoje, neste exacto instante, pode não ser muito, mas vai mantê-lo no caminho certo. Vá rápido quando puder, vá devagar quando for obrigado, mas, prossiga sempre. O importante é não parar!
De Amanda de Lima

O que é matar?

Algumas pessoas têm questionado a minha posição quanto à descriminalização do aborto. Um dos argumentos mais citados é quanto ao mandamento bíblico “não matarás”. Mas, meus caros, me parece que o engano está na compreensão da totalidade do significado do termo “matar”.
O dicionário Houaiss, entre as várias definições que apresenta para este verbo, diz: “causar grande prejuízo ou dano a; arruinar.” E também: “causar sofrimento a; mortificar, afligir; ferir.” Vemos, com isso, que matar não é somente tirar a vida de alguém, mas também praticar qualquer ato que impeça que alguém tenha vida com qualidade, dignidade, felicidade.
Permitir que uma criança indesejada venha ao mundo em uma família desestruturada, sem condições de lhe oferecer uma vida minimamente digna, expondo-a à violência, maus tratos, perda da auto-estima e tantas outras mazelas, não significa dar um ser à luz, mas sim condená-lo à morte; uma morte social e psicológica, que vai gerar a pior de todas as mortes: A espiritual.
As crianças que andam pelas ruas, entregues à própria sorte, não nasceram; elas foram jogadas no mundo, como fruto da inconsequência e irresponsabilidade de adultos despreparados, muitos deles que apenas repetem a história de abandono e omissão da qual também foram vítimas.
Estas crianças, primeiro são odiadas pelos seus progenitores e depois passam a ser odiadas pela sociedade. A mesma sociedade que levanta a bandeira do direito à vida é capaz de virar o rosto em atitude de asco, e atravessar a rua para não passar perto de um menor indigente estirado no chão, cheirando a fezes e urina. O nome disso é hipocrisia.
Os que gostam de apontar pecados, precisam ver que o erro não está em interromper uma gravidez indesejada, mas está antes: na banalização do sexo, na desinformação, nos inúmeros factores que levam um casal a se relacionar e gerar um filho com o mesmo descompromisso com que encaram a própria vida.
Não estou a fazer uma apologia ao aborto; estou a dizer “não” à hipocrisia. As mulheres não deixam de abortar porque isso é um acto ilegal. A decisão de interromper uma gravidez tem como motivo principal o facto de ela não ser desejada, causada por factores que vão desde uma noite de loucura até violência sexual. Se esta decisão for tomada, ela será levada a cabo, independentemente da sua legalidade, em clínicas clandestinas, que podem levar estas mulheres à morte, mutilação ou sequelas de procedimentos mal realizados.
A legalidade do aborto permite que estas mulheres possam ser atendidas clinicamente da maneira que procede, e não coloquem sua vida em risco. Isso é direito à vida.
A legalidade do aborto evita que crianças inocentes venham ao mundo para sofrer e ter uma vida miserável.
A legalidade do aborto evita a clandestinidade dos procedimentos cirúrgicos.
Uma mulher que deseja interromper uma gravidez, seja pelo motivo que for, não é uma criminosa, é um ser humano em aflição, que precisa ser acolhido, amado, orientado e não condenado. É este o papel que nós temos que ter.
A todas as pessoas que olham para estas mulheres com ódio e intolerância, achando que com isso estão a agradar a Deus, fica esta Palavra:
“Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele”. (I João 3:15)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

My Friends



Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor.
Eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. É delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí.
E me envergonho, porque essa minha prece é em síntese, dirigida ao meu bem-estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que não desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! 

Nós não fazemos amigos, reconhece-mo-los.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Ramadão começa hoje para os muçulmanos de todo o mundo

Na Indonésia, onde a maioria da população é muçulmana, a véspera do Ramadão foi ocupada com visitas a cemitérios.
Para além de se abastecerem em mercados, muitos indonésios preparam a chegada do mês santo do Islão, com a oferta de flores e limpeza das tumbas de familiares.
O mês do Ramadão começa hoje na maioria dos países árabes, decretado pelas autoridades religiosas com base na observação do crescente lunar.
No Iraque, o jejum é iniciado pelos sunitas, enquanto os xiitas só observam a tradição a partir de amanhã.
Na Faixa de Gaza, o Ramadão conta este ano com menos restrições. O aliviamento parcial do bloqueio israelita permitiu abastecer melhor os lojas com bens especialmente concebidos para a celebração muçulmana.
Em 2009, muitas das mesmas prateleiras estavam bastante mais vazias.
Nas margens do Nilo, na capital egípcia do Cairo, os dois dias que antecedem o Ramadão ficaram marcados pelo festival das lanternas, ou Fawanis.
Um evento que pretende atrair turistas – tanto muçulmanos, como de outras confissões – durante o mês do jejum.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Retrato do medo e desespero: Violência pós-eleitoral no Quénia - 2009


As imagens acima exibidas retratam a perseguição de um jovem queniano, nela podemos observar a bota utilizada na sua posterior subjugação por parte de um agente da polícia de choque. Preso pelo medo, nos acontecimentos do período pós-eleitoral do Quénia em 2009. A pergunta me vem ao de cima, como africano que sou, é a seguinte: Aonde vamos parar com tudo isto…? Oprimindo o nosso próprio povo, dantes jogávamos as culpas ao colono e hoje…? BASTARDOS!!!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Transportes em Quelimane, no dia que eu for pra lá, levarei comigo uma bicicleta

A bicicleta é o meio de transporte mais popular na Zambézia: À entrada de Quelimane circulam em maior número do que os carros.
Outra coisa, única no país, são as bicicletas-táxi que circulam um pouco por toda a província e, sobretudo, na capital provincial. Aqui, o fenómeno surge, com particular força, em finais de 2006 e alastrou-se de tal maneira que hoje Quelimane pode ser considerada a cidade das bicicletas.
Marisa, peruca até aos ombros, andar bamboleante, entra descontraída no Café “O Coco”, centro da Cidade de Quelimane. Toma um café, pede um whisky para digestivo, fuma um cigarro até meio e apaga a beata. Com gestos cadenciados e propositadamente estudados, chama o “barman”, paga e deixa uma gorjeta. Volta a desfilar rumo à porta de saída, onde está à sua espera, um táxi. Mercedes, BMW, ou Toyota?
Nada disso. Uma bicicleta normal, com uma mini-bagageira e o respectivo taxeiro.
                                                           In Jornal "A VERDADE"

terça-feira, 20 de abril de 2010

Inter do Milão VS Barcelona: Uma final antecipada

“Será um jogo de 11 contra 11”, promete Mourinho

Hoje, o campeão europeu, Barcelona, tentará a passagem à terceira final da sua carreira, depois da Taça UEFA (2003) e da Liga dos Campeões (2004). Esta é a quinta meia-final europeia de José Mourinho, depois de, em 2004/05 e em 2006/07, ter sido eliminado, nesta fase, pelo Liverpool de Rafael Benítez.

Os confrontos de Mourinho com o Barcelona têm sido particularmente equilibrados: três vitórias, três empates, três derrotas, eliminando os catalães duas vezes, sendo eliminado numa. Este ano, porém, na fase de grupos, empatou em casa e perdeu fora. Hoje, a partir das 19.45 horas, será tempo de tentar a terceira final da sua carreira



“Não há desculpas, correremos até à exaustão”, promete Guardiola

O treinador do Barcelona, Pep Guardiola, considera que as 14 horas de viagem não poderão nunca ser uma desculpa para um eventual mau resultado na próxima terça-feira em Milão, frente ao Inter, em jogo das meias-finais da Liga dos Campeões.

«O tipo de viagem não é o mais desejado, mas há muitas equipas que fazem viagens de muitas horas e têm sucesso. Não há desculpas e correremos até que não possamos mais», adiantou o técnico blaugrana.

Guardiola vai ainda mais longe, referindo «preferir fazer as 14 horas de autocarro para jogar umas meias-finais da Liga dos Campeões do que ver o jogo de casa».

Sobre o adversário, o Inter, treinado pelo português José Mourinho, o treinador dos catalães sublinhou que não é «um adversário qualquer», pois «tem jogadores competitivos e extraordinários em todas as posições» e é uma «equipa muitas vezes campeã de Itália

“Estamos preparados”, diz presidente do Inter

“A equipa está praticamente completa e será um belo desafio contra uma equipa muito forte, mas nós talvez até estejamos mais.”

Sobre a possibilidade de Mourinho apresentar alguma surpresa do ponto de vista táctico para este primeiro confronto com os catalães, o presidente nerazzurro é claro:

“Não vou interferir com o seu trabalho numa altura em que sei que ele está totalmente concentrado neste jogo. Mas conheço-o suficientemente bem para saber que está a preparar a equipa para uma boa prestação”

segunda-feira, 22 de março de 2010

Obama faz história com aprovação da reforma da saúde

Entenda a reforma no sistema de saúde dos EUA

A proposta de lei para a reforma do sistema de saúde norte-americano, considerada a prioridade da política doméstica do presidente Barack Obama, foi aprovada no domingo.

No domingo, a Câmara dos Representantes aprovou a proposta por 219 votos a favor e 212 contra. O número mínimo de votos necessários era 216. A lei deve agora ser sancionada por Obama.

A reforma deverá beneficiar 32 milhões de americanos que actualmente não têm cobertura de saúde.

Abaixo, a Reflexões Universais responde a algumas perguntas sobre as mudanças e o impacto que a reforma pode trazer ao sistema de saúde nos Estados Unidos.

Como funciona o sistema de saúde pública actual nos Estados Unidos?

Os Estados Unidos não têm um sistema público de cobertura universal na área de saúde.

Segundo uma estimativa feita pelo governo, 46,3 milhões de pessoas nos Estados Unidos não tinham cobertura em 2008 (esse número, porém, inclui imigrantes ilegais e americanos que ganham mais de US$ 50 mil por ano).

Há alguns programas financiados pelo governo, como o Medicare, destinado a pessoas com mais de 65 anos, ou o Medicaid, para pessoas de baixa renda.

Veteranos das Forças Armadas também estão cobertos por um programa do governo, assim como crianças de famílias pobres que não se enquadram nas exigências do Medicaid.

A maioria dos americanos, porém, precisa adquirir seu próprio plano de saúde, seja por meio de seus empregadores ou por conta própria.

No caso dos planos de saúde privados, há variações nas regras e no valor a ser pago. Em alguns casos, por exemplo, o segurado tem de pagar parte do tratamento médico para depois ser ressarcido pela seguradora.

Aqueles que não têm cobertura de saúde só são atendidos gratuitamente em emergências.



Quais as principais mudanças previstas nos projectos de reforma da saúde?
No início da sua governação, o presidente Barack Obama lançou uma proposta ampla de reforma no sistema de saúde e disse que deixaria que o Congresso se encarregasse de definir os detalhes.

Em Fevereiro, diante do impasse na votação da proposta, o presidente divulgou mais detalhes do plano, que pretende ampliar o número de americanos cobertos, tornar a assistência médica mais barata e impor regras mais rígidas às seguradoras.

O sistema de saúde actual é bastante criticado por ser caro e ineficaz. Em 2007, os Estados Unidos gastaram US$ 2,2 triliões - o equivalente a 16,2% do Produto Interno Bruto (PIB) - em assistência médica.

A proposta prevê a obrigatoriedade do seguro saúde e a adopção uma regulação mais rígida para as seguradoras.

O plano prevê ainda a criação de uma bolsa de seguros para quem não tem um plano pago pelo empregador e de subsídios para a população carente.

A maioria das mudanças deve ser financiada com o dinheiro proveniente da redução de desperdício do programa Medicare.



O que dizem os críticos da reforma?

Muitos republicanos criticam a reforma pretendida por Obama e pelos líderes democratas por tornar a assistência médica "mais burocrática e cara".

Outra crítica é a de que o projecto aumentaria o tamanho do Estado, ao dar ao governo muito controle sobre o sistema de saúde. Isso levou alguns congressistas republicanos a considerar a proposta "socialista", gerando grande inquietação entre membros da oposição conservadora.

Muitos democratas também se opõem à medida, principalmente por conta dos custos envolvidos.

Na última semana, alguns desses democratas mudaram de ideia depois que a Comissão de Orçamento do Congresso divulgou a estimativa de que a reforma da saúde deverá reduzir o défice americano em US$ 138 bilhões nos próximos dez anos.

Segundo a comissão, a reforma terá custo de US$ 940 bilhões em dez anos.



Como tramitou a reforma no Congresso?

A tramitação do projecto de reforma da saúde vem cercada de polémica e de forte oposição por parte dos republicanos.

No fim de 2009, a Câmara e o Senado aprovaram versões diferentes da reforma.

Nesse caso, o procedimento padrão seria unificar as duas versões em um projecto que, então, seria enviado ao presidente para sanção.

No entanto, no início deste ano líderes democratas decidiram adoptar um outro procedimento para a votação.

A decisão foi tomada depois que o Partido Democrata perdeu a "super maioria" de 60 cadeiras no Senado - margem necessária para impedir obstruções da oposição republicana, o que poderia complicar ainda mais a tramitação da reforma da saúde.

O novo procedimento adoptado é uma complexa manobra chamada reconciliação, que prevê que o projecto possa ser aprovado no Senado por maioria simples de 51 votos.

O que a Câmara dos Representantes aprovou neste domingo?

A Câmara dos Representantes aprovou um pacote final de dois projectos neste domingo.

O primeiro é o projecto que já havia sido aprovado pelo Senado em Dezembro de 2009.

Agora, ele será enviado ao presidente para sanção e, uma vez sancionado, vira lei.

O segundo pacote, mais polémico, faz diversos ajustes nesse primeiro projecto.

Ele terá de ser votado agora no Senado - onde poderá ser aprovada por maioria simples de 51 votos por meio da manobra de "reconciliação".

Qual a previsão para que os Estados Unidos tenham uma nova lei sobre o sistema de saúde?

A primeira parte da reforma foi aprovada e deve virar lei imediatamente após a sanção de Obama.

No entanto, essa lei ainda não traz várias das mudanças pretendidas pelo presidente e pelos líderes democratas.

Essas mudanças só vão fazer parte da lei após a aprovação do segundo projecto pelo Senado.

Ainda não há data para a votação no Senado. Ela poderia ocorrer já na próxima semana, mas pode se estender por dias.



Qual a importância da aprovação da reforma da saúde para o presidente Obama?

Desde que assumiu a Presidência, Obama fez da reforma do sistema de saúde sua principal meta no campo doméstico.

Na última semana, o presidente adiou uma viagem que faria à Austrália e à Indonésia para poder ajudar nos últimos contactos em busca de apoio de parlamentares e acompanhar a votação de perto.

Segundo analistas, quanto mais engajado Obama estiver na aprovação da reforma, mais altos são os riscos políticos de uma derrota do projecto.

A rejeição da reforma no Congresso poderia ter um impacto negativo directo nos índices de aprovação do presidente, dizem analistas

A lei que Barack Obama vai assinar não alcança ainda a cobertura universal da população, mas alarga o sistema de forma a conter 95% da população. Mais de 32 milhões de americanos que actualmente não dispõem de acesso a consultas, exames e tratamentos serão integrados na rede, que se manterá essencialmente na mão de fornecedores privados.

A partir de 2014, o governo obrigará todos os adultos a ter um seguro de saúde, ou através das apólices de grupo oferecidas pelos empregadores (e que hoje são a forma privilegiada de acesso ao sistema para cerca de 85% da população) ou um mercado individual.

As famílias que tenham rendimentos superiores ao limiar da pobreza, mas que mesmo assim não disponham de recursos para suportar os custos dos seguros, terão acesso a subsídios governamentais. E as pequenas e médias empresas que cobrirem os seus funcionários serão recompensadas com créditos fiscais.

A nova legislação estabelece ainda novas regras para a actividade das companhias de seguro – e os efeitos dessas provisões serão tangíveis mesmo antes da entrada em vigor da reforma, daqui a quatro anos. Por exemplo, as seguradoras não poderão mais unilateralmente cessar as apólices como forma de evitar pagamentos nem impor um tecto máximo para reembolsos de despesas. Também deixarão de poder recusar clientes com base no seu histórico de saúde, garantindo que pessoas que já sofreram acidentes, foram submetidas a cirurgias ou que se debatem com doenças crónicas sejam incluídas nas apólices.

A factura a pagar pelo governo federal ascende aos 940 mil milhões de dólares nos próximos dez anos, de acordo com a avaliação do independente Gabinete de Orçamento do Congresso. A reforma é sustentada financeiramente através de um misto de poupanças com cortes e reajustes em programas federais e da recolha de novas receitas fiscais. Simultaneamente, contribuirá para a diminuição do défice federal em 143 mil milhões de dólares até 2020.

A minoria republicana lamentou a passagem da lei como “um erro de proporções históricas”, criticando a expansão das responsabilidades do governo na regulação dos prestadores de cuidados de saúde como uma redução dos direitos e da liberdade de escolha dos doentes.

Os conservadores alegam que a maioria do Congresso actuou contra a vontade da grande maioria da população americana, que segundo argumentam está absolutamente contra esta lei. As sondagens apontam para a divisão do eleitorado – 48% opõem-se à lei, 45% estão a favor e 7% não têm opinião, segundo os números da Gallup.

A sua expectativa é que a oposição à reforma (e de maneira geral, às iniciativas do Presidente Barack Obama) os coloque numa posição de vantagem para a vitória nas eleições intercalares do Congresso de Novembro.

Terão uma nova oportunidade para obstruir as medidas dos democratas na terça-feira, quando o pacote de emendas aprovadas na Câmara de Representantes voltar ao Senado, para ser votado, não em plenário mas antes seguindo o processo de reconciliação, que exige apenas uma maioria simples de 51 votos.

Numa declaração divulgada imediatamente após a votação de domingo, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, garantiu que a sua bancada está preparada para “completar o trabalho e concluir este esforço histórico”.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Oh Haiti...


O terror no Haiti. O estrondo no Haiti. O pesadelo que, em minutos, rebentou pedras, casas, edifícios, vidas e esperança.


Um minuto antes, tudo estava no seu devido lugar: casas que amanheceram casas, árvores que amanheceram árvores, gente que amanheceu gente, andando, trabalhando, sorrindo, vivendo a vida, quase sempre difícil, num país lambuzado de pobreza, aquela pobreza arrastada anos a fio, mas vivendo a vida, na expectativa de que um dia as coisas melhorassem.

Um minuto depois, estilhaços de uma cidade a estilhaçar vidas, o peso do betão armado a sepultar o futuro resplandecente.

O horror congelado nos olhos das pessoas. Os gritos congelados nas gargantas das pessoas. Apenas as lágrimas derretidas, como se o fogo da tristeza e do medo as fizesse jorrar nas expressões dos que nada entendiam.

O horror congelado em todos os cantos do planeta, como se a distância não existisse e as cenas de desespero e medo acontecesse nas nossas cidades, nas nossas ruas.

E o mundo de braços atados, na proximidade virtual do trágico espectáculo, mas na enormidade da distância de um espaço engolido pelo medo.


Como explicar o inexplicável? Como compreender o incompreensível?...