terça-feira, 17 de março de 2009

FMI de novo não...




O Fundo Monetário Internacional está a levar a cabo uma conferência em Dar es Salam, na Tanzânia, para discutir formas de responder ao impacto da crise financeira global no continente africano.
O encontro visa discutir o apoio externo que o FMI e outros doadores podem providenciar para ajudar África, onde a pobreza é a mais acentuada do mundo.
A conferência acontece um dia depois do FMI ter divulgado um relatório que alerta que o crescimento económico do continente vai sofrer as consequências da crise financeira global.
O Director-Geral do FMI, Dominique Strauss Khan, disse à BBC que este encontro será importante para construir um tipo de parceria diferente com África.
A organização prevê que o crescimento na África sub-Sahariana diminua para 3,25 por cento em 2009, metade do índice de crescimento que se esperava anteriormente.
Mudança
Nos últimos anos, muitos países africanos usufruiram de índices de crescimento elevados fomentados pelo aumento dos preços de matérias-primas, incluindo o petróleo.
Mas com a actual previsão do FMI, é provável que assistam a um fraco desenvolvimento da qualidade de vida e podem não conseguir atingir os objectivos de diminuição da pobreza.
O relatório calcula que dos 21 países mais vulneráveis à crise financeira global, 15 são africanos. O FMI acrescenta que muitos países não dispõem dos fundos necessários para proteger os mais atingidos e que precisam da ajuda externa.
África tem pouca exposição directa à crise do crédito uma vez que os seus bancos investiram muito pouco.
Mas a situação global provocou uma diminuição da procura de matérias-primas que são fontes de receitas para vários países africanos nomeadamente o petróleo na Nigéria, Angola e Guiné Equatorial e o cobre na Zâmbia.

O presidente dos EUA, Barack Obama, vai participar na quinta-feira do programa "The Tonight Show with Jay Leno", informou a rede de tevê NBC.
Obama será o entrevistado de Jay Leno durante visita à Califórnia, disse uma porta-voz do programa da NBC nesta segunda-feira.
"Está confirmado. Ele (o presidente Obama) estará no programa na quinta-feira", afirmou a porta-voz.
Obama tem feito diversas viagens fora de Washington nas últimas semanas para promover sua estratégia para enfrentar a crise econômica.
Ele já participou do "Tonight Show", líder de audiência nas noites da televisão norte-americana, em outubro de 2007, durante sua campanha presidencial.
No entanto, a participação nesse tipo de programa é algo raro de ocorrer com os presidentes norte-americanos. LOS ANGELES (Reuters)

segunda-feira, 16 de março de 2009

José Mourinho nega ter agredido fã do Manchester United




O treinador José Mourinho é acusado de uma alegada agressão a um adepto, após a derrota do Inter de Milão com o Manchester United para a Liga dos Campeões.
A polícia britânica está a investigar as alegações de um adepto que afirma ter sido agredido com um soco no exterior do estádio Old Trafford, no final da partida que ditou a eliminação da equipa liderada por Mourinho.
O técnico português negou, entretanto, a acusação.
O Inter de Milão foi derrotado por 2-0 pelo Manchester United e afastado da Liga dos Campeões.

Descoberto crâneo de vampiro


Uma equipe de cientistas italianos encontrou na Itália uma caveira com um tijolo aparentemente colocado à força dentro da boca, o que indica que se acreditava que o cadáver era de um vampiro.
A caveira, de uma mulher, foi encontrada na escavação de uma vala comum onde eram enterradas vítimas de uma epidemia de peste bubônica na ilha de Lazzaretto Nuovo, perto de Veneza, nos séculos 16 e 17.
Matteo Borrini, da Universidade de Florença, disse que objetos eram colocados na boca de supostos vampiros na época para impedir que eles se alimentassem dos cadáveres de pessoas enterradas nas proximidades, se fortalecessem e passassem a atacar os vivos.
Borrini, que apresentou suas conclusões na 61ª reunião da Academia Americana de Ciências Forenses em Denver, nos Estados Unidos, disse que, na época da epidemia, muitos acreditavam que a doença era propagada por vampiros.

Lula visita Obama



Para presidente, decisão precisa ser rápida para evitar mais desemprego.'Tensão' com etanol não será 'resolvida da noite para o dia', disse Obama

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (14), ao lado do líder americano Barack Obama, que decisões políticas tomadas no próximo encontro do G20 (grupo que reúne as maiores economias e os principais países emergentes) podem resolver a crise financeira mundial.

"O presidente Obama e eu estamos convencidos que a crise econômica pode ser resolvida por decisões políticas no encontro do G20", afirmou Lula, falando a jornalistas ao lado de Obama, após reunião na Casa Branca.

O presidente brasileiro alertou, no entanto, que tais decisões - não especificadas - precisam ser tomadas rapidamente: "a decisão precisa ser mais rápida, porque o número de desempregados está aumentando no mundo. E o desempregado de hoje é o problema de amanhã".

O G20 se reunirá no início de abril em Londres, na Inglaterra, e espera-se que durante a reunião possam ser tomadas medidas comuns para enfrentar a crise financeira.
Lula e Obama: líder americano disse que os EUA têm 'muito o que aprender' com o Brasil nos biocombustíveis.
Segundo Lula, é preciso "restabelecer a credibilidade e a confiança da sociedade no sistema financeiro". Para isso, ele disse que é necessário "fazer com que o crédito volte a fluir normalmente dentro de cada país e facilitar o fluxo comercial entre as nações".

Por sua vez, Obama desmentiu a existência de divergências entre os países industrializados e emergentes do G20 sobre os meios para resgatar a economia global.

Bin Laden "ataca líderes árabes moderados"


Uma nova mensagem de áudio que se presume ser do líder da organização Al-Qaeda, Osama Bin Laden, acusa os líderes árabes moderados de conspirar com países ocidentais contra os muçulmanos.
A mensagem foi transmitida pelo canal de televisão árabe Al Jazeera, que não informou como conseguiu a gravação.
Na gravação atribuída ao líder da Al-Qaeda, Bin Laden também renova seus ataques contra Israel.
"Está claro que alguns líderes árabes conspiraram com a coalizão de sionistas e cruzados (Israel e Ocidente) contra nosso povo", diz a voz na gravação, sem citar nenhum líder.
"Estes são os líderes que a América chama de moderados."
Bin Laden, que é o homem mais procurado pelos Estados Unidos desde os ataques de 11 de setembro de 2001, também acusa Israel de crimes de guerra contra palestinos na Faixa de Gaza, se referindo à ofensiva israelense no início de 2009, que deixou cerca de 1,3 mil mortos.
A voz na gravação pede uma nova jihad e pede que militantes primeiro conquistem o Iraque e então a Jordânia, que pode ser usada como rota para a Cisjordânia.
A última mensagem gravada que seria de Osama Bin Laden foi divulgada em janeiro. Na mensagem ele pedia uma guerra santa para encerrar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
Osama Bin Laden estaria vivendo em áreas tribais perto da fronteira entre Afeganistão e Paquistão. Uma recompensa de milhões de dólares foi oferecida pelos Estados Unidos pela sua captura.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Reflexões sobre um país sem ordem...


O assassinato do Presidente da Guiné-Bissau, Nino Vieira, tem mais a ver com um linchamento tipo mafia ou vingança entre grupos rivais do narco-tráfico do que com "golpe de Estado" ...Nino Vieira se foi referencia algum dia, foi quando se revelou como um guerrilheiro exemplar, militarmente falando, contra o exército colonial ... desde um ponto de vista político nunca se lhe conheceu qualquer posição fundamentada e/ou trabalhada por ele. O que se diz para Nino Vieira, também é válido para muitos outros dirigentes daqueles que foram os movimentos de libertação nas ex-colónias portuguesas. Paradoxal e/ou sintomáticamente aqueles que produziram algum dia, matéria de reflexão política e ideológica ou já desapareceram ou foram afastados ou afastaram-se, mais ou menos, voluntáriamente.Os actos de libertação nacional nas ex-colónias foram, quase sempre, seguidos de processos que ditaram a instauração de regimes autoritários, policiais e de líder quase endeusado. A "libertação nacional" representou um momento de afirmação e de poder de uma casta de dirigentes desligados das populações, muito mais preocupados com o seu enriquecimento pessoal do que com a instauração de sociedades onde a libertação pudesse significar novas formas de democracia, de participação, de cidadania que soubesse, com as populações, ultrapassar os velhos esquemas tribais. Tribalismos desde sempre aproveitados pelo regime colonial ...No caso da Guiné-Bissau, estamos perante um país que pode ser definido como um "país não-país". As guerras civis são guerras entre candidatos a líderes, os assassinatos lembram os ajustes de contas da mafia, o Estado é uma espécie de acampamento onde se acantonam gangues armados às ordens de senhores da guerra e da droga ... tudo, mas tudo, à margem e contra a vontade do povo guineense!Este "país não-país" acaba por ser uma regressão relativamente ao passado colonial ... a solução para tornar a Guiné-Bissau um país onde se possa viver, pode passar pela ascensão de uma resposta popular e democrática que surja de forma espontânea, mas que represente o desaparecimento das diversas castas de líderes, de candidatos a líderes, dos senhores da guerra e do narco-trafico ...mais não disse

Uma pequena reflexão sobre a crise económica mundial


A questão é que não podemos compreender as causas da actual crise se não tivermos em conta a sua natureza sistémica. Que a crise é inerente ao modo de produção capitalista, germina dos seus limites e contradições. Que a crise é a súmula de uma acumulação de crises. Que a estagnação económica é tendencial ao sistema capitalista, entre interrupções cíclicas no processo de acumulação de capital. Que a concentração e a financeirização do capital são resultado e resposta à estagnação. Que a questão central para a acumulação capitalista é a taxa de lucro e que esta está na génese da crise. Que o desemprego é seu reflexo e variável estratégica na exploração do trabalho.


Hoje é evidente para todos que a actual crise não é meramente financeira ou localizada num grupo de países. A crise financeira chegou à economia real. As principais potências imperialistas vão entrando em recessão. As últimas previsões do FMI e da OCDE apontam para uma contracção do produto em 2009 para os países capitalistas mais desenvolvidos no seu conjunto, pela primeira vez desde a segunda guerra mundial. Apontam para uma forte desaceleração do crescimento da economia mundial e, a CNUCED, aponta mesmo para um recuo do produto mundial por habitante. A crise é global e emana do centro do sistema capitalista mundial, sobretudo da sua potência central – os Estados Unidos.
Após o regresso da «estagflação» em 2007 e no primeiro semestre de 2008 e o aprofundamento da crise financeira no Outono de 2008, o fantasma da deflação e da depressão estão cada vez mais presentes. Os governos e os bancos centrais utilizam todos os instrumentos para estabilizar o sistema financeiro, estimular o «motor» do crédito do qual depende o sistema capitalista. Mas apesar das massivas doses de liquidez injectadas no mercado, das reduções das taxas de juro e de volumosos pacotes de investimento de influência keynesiana, a crise continua a aprofundar-se, evidenciando a aparente ineficácia das respostas clássicas de política monetária e orçamental. Vejamos alguns exemplos.
Tenta-se estimular o crédito. Mas esquece-se do já excessivo endividamento das empresas e famílias na Tríade (Estados Unidos, União Europeia e Japão) e os crescentes riscos de incumprimento dos créditos contraídos. Esquece-se que num contexto de restrições ao consumo e de sobreprodução, as empresas não irão contrair empréstimos para expandir a produção daquilo que não conseguem vender.
Os bancos centrais reduzem as taxas de juro de referência (com as taxas de juro reais a ficarem mesmo negativas), o que tendo impacto no serviço da dívida das empresas e das famílias face aos créditos existentes, não o terá da mesma forma na concessão de novos créditos, cujo prémio de risco será traduzido num maior spread. Por outro lado, as empresas contraem empréstimos para investir quando estão a ser lucrativas, ou seja, quando estão a realizar as taxas de lucro esperadas. (continua...)