segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Morte de Nelson Mandela faz manchete dos jornais do mundo

Jornais do mundo inteiro deram grande destaque à morte do ex-presidente da da África do Sul, Nelson Mandela , conhecido mundialmente por sua luta contra o regime do Apartheid. Na Grã-Bretanha os jornais The Guardian, The Daily Telegraph e The Independent dedicaram capas inteiras ao ex-líder sul-africano.

A edição final do tablóide britânico The Sun inclui doze páginas de tributo, enquanto o Times conta com um encarte de dezasseis páginas contando sobre sua vida na prisão, e relembrando a primeira eleição na África do Sul aberta a eleitores de todas as raças do país.

A edição também inclui o texto de seu discurso feito durante seu julgamento em 1964 em que ele respondia por acusações de sabotagem.

O The Daily Telegraph descreve Mandela como “o arquitecto que transformou a África do Sul de despotismo racial em uma democracia liberal”, e conta sua vida em um obituário dividido em sete partes.
Para o editor do The Independet, Paul Vallely, “Ele era um modelo de fé, esperança, e caridade. Havia algo sobre ele que o mundo aspirava.”

O The Guardian publicou uma linha do tempo com os momentos mais importantes da vida de Mandela. E em sua versão online os leitores são convidados a clicar nas imagens mais impressionantes feitas do ex-líder do Congresso Nacional Africano.

Lembrando que o nome dado à Mandela no nascimento, Rolihlahla, tem o significado tribal de “um que traz problema sobre si”, o Daily Mirror diz “A história vai registar que Nelson era um herói que causou problemas durante toda a sua vida, até seus últimos anos quando seus olhos ainda brilhavam e ouvíamos sua risada sem vergonha.”
"Libertador do seu povo"

O diário americano The New York Times também dedicou sua primeira página ao ex-presidente, com a manchete “Conquistador do Apartheid na África do Sul, como combatente, prisioneiro, presidente e símbolo”.

A manchete do Washington Post relata a morte do homem “que curou uma nação”, e o jornal ressalta ainda que “sua vida heróica e estatura moral imponente fizeram dele um dos estadistas mais influentes da história.”
Para o espanhol El Pais, Mandela “foi o homem que derrotou o racismo”, e descreve o ex-presidente como alguém que tinha “à sua disposição um cocktail sedutor e irresistível composto por um encanto infinito, nascido com uma imensa segurança em sim mesmo, princípios inflexíveis, visão estratégica e um pragmatismo absoluto.” Para o jornal, “sua biografia traça a vida de uma personalidade única”.

O argentino Clarín descreve Mandela como “símbolo da dignidade e da luta contra o ódio”. O diário lembra também a visita de Mandela à Argentina em 1998, e como o ex-líder foi ovacionado durante cinco minutos no Senado argentino.

O jornal francês Le Monde optou pela simples, e directa, manchete “Nelson Mandela está morto”. O diário diz ainda que Mandela tem sido comparado, por seu carisma e feroz determinação, a Mahatma Gandhi, Dalai Lama e Martin Luther King. Mas ressalta que “é mais provável que Nelson Rolihlahla Mandela represente para a África o que Abraham Lincoln foi para os Estados Unidos e Simón Bolívar para a América do Sul: Um libertador.”(Cdb)









África e o Mundo choram Madiba


Com o seu desaparecimento físico, Nelson Mandela, mergulhou no inconsciente colectivo da humanidade para nunca mais sair de lá porque se transformou num arquétipo universal, do injustiçado que não guardou rancor, que soube perdoar, reconciliar pólos antagónicos e nos transmitir uma inarredável esperança de que o ser humano ainda pode ter jeito. Depois de passar 27 anos de reclusão e eleito presidente da África do Sul em 1994, se propôs e realizou o grande desafio de transformar uma sociedade estruturada na suprema injustiça do Apartheid que desumanizava as grandes maiorias negras do pais condenando-as a não-pessoas, numa sociedade única, unida, sem discriminações, democrática e livre.


E o conseguiu ao escolher o caminho da virtude, do perdão e da reconciliação. Perdoar não é esquecer. As chagas estão ai, muitas delas ainda abertas. Perdoar é não permitir que a amargura e o espírito de vingança tenham a última palavra e determinem o rumo da vida. Perdoar é libertar as pessoas das amarras do passado, é virar a página e começar a escrever outra a quatro mãos, de negros e de brancos. A reconciliação só é possível e real quando há a admissão completa dos crimes por parte de seus autores e o pleno conhecimento dos actos por parte das vítimas. A pena dos criminosos é a condenação moral diante de toda a sociedade.

Uma solução dessas, seguramente originalíssima, pressupõe um conceito alheio à nossa cultura individualista: o Ubuntu que quer dizer: “eu só posso ser eu através de você e com você”. Portanto, sem um laço permanente que liga todos com todos, a sociedade estará, como na nossa, sob risco de dilaceração e de conflitos sem fim.

Deverá figurar nos manuais escolares de todo mundo esta afirmação humaníssima de Mandela:”Eu lutei contra a dominação dos brancos e lutei contra a dominação dos negros. Eu cultivei a esperança do ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas e em harmonia e têm oportunidades iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas, se preciso for, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer”.

Por que a vida e a saga de Mandela funda uma esperança no futuro da humanidade e de nossa civilização? Porque chegamos ao núcleo central de uma conjunção de crises que pode ameaçar o nosso futuro como espécie humana. Estamos em plena sexta grande extinção em massa. Cosmólogos (Brian Swimm) e biólogos (Edward Wilson) nos advertem que, a correrem as coisas como estão, chegaremos por volta do ano 2030 à culminância desse processo devastador. Isso quer dizer que a crença persistente no mundo inteiro, de que o crescimento económico material nos deveria trazer desenvolvimento social, cultural e espiritual é uma ilusão. Estamos a viver tempos de barbárie e sem esperança.

Cito o insuspeito Samuel P. Huntington, antigo assessor do Pentágono e um analista perspicaz do processo de globalização no término de seu O choque de civilizações: “A lei e a ordem são o primeiro pré-requisito da civilização; em grande parte no mundo elas parecem estar evaporando; numa base mundial, a civilização parece, em muitos aspectos, estar cedendo diante da barbárie, gerando a imagem de um fenómeno sem precedentes, uma Idade das Trevas mundial, que se abate sobre a Humanidade”(1997:409-410).

Acrescento a opinião do conhecido filósofo e cientista político Norberto Bobbio que como Mandela acreditava nos direitos humanos e na democracia como valores para equacionar o problema da violência entre os Estados e para uma convivência pacífica. Em sua última entrevista declarou:”não saberia dizer como será o Terceiro Milénio. Minhas certezas caem e somente um enorme ponto de interrogação agita a minha cabeça: será o milénio da guerra de extermínio ou o da concórdia entre os seres humanos? Não tenho condições de responder a esta indagação”.

Face a estes cenários sombrios Mandela responderia seguramente, fundado em sua experiência política: sim, é possível que o ser humano se reconcilie consigo mesmo, que sobreponha sua dimensão de sapiens à aquela de demens e inaugure uma nova forma de estar juntos na mesma Casa.

Talvez valham as palavras do amigo pessoal de Mandela, o também sul-africano arcebispo Desmond Tutu que coordenou o processo de Verdade e Reconciliação: “Tendo encarado a besta do passado olho no olho, tendo pedido e recebido perdão e tendo feito correcções, viremos agora a página — não para esquecer esse passado, mas para não deixar que nos aprisione para sempre. Avancemos em direcção a um futuro glorioso de uma nova sociedade em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias biológicas ou de outros estranhos atributos, mas porque são pessoas de valor infinito, criadas à imagem de Deus”.
Essa lição de esperança nos deixa Mandela: nós ainda viveremos se sem discriminações pusermos em prática de fato o Ubuntu.(Leonardo Boff é filósofo e escritor, escreveu Cuidar da Terra, proteger a vida: como evitar o fim do mundo, Record, Rio 2010)






Você é assertivo?

Aqui vai uma palavra que precisa fazer parte de você. A origem da palavra “assertividade” é do latim “assertus” ou “asserere”, que significa “afirmar, manter, clamar direitos sobre algo; abraçar um ponto de vista com firmeza”. Ser uma pessoa assertiva significa saber dizer “sim” ou “não” quando for preciso. É o equilíbrio entre passividade e agressividade.

A pessoa que não é assertiva acaba pendendo para um dos dois extremos. Ou ela é passiva ou é agressiva.

No extremo da passividade, a pessoa acredita assim:

  • Outros são mais importantes, mais inteligentes ou melhores que eu
  • As pessoas não gostam de mim porque eu não tenho muitas qualidades
  • Minha opinião não tem valor e nunca será valorizada
  • Tenho que ser perfeito em tudo o que faço, caso contrário, eu sou um fracasso total
  • É melhor ficar na minha e não dizer nada ao invés de falar o que penso


No extremo da agressividade, a pessoa acredita assim:

  • Eu sou mais inteligente e mais poderoso que os outros
  • Não dá para confiar em ninguém, as pessoas são todas irresponsáveis
  • Esse é um mundo cão; tenho que pegar os outros antes que me peguem
  • A única maneira de conseguir as coisas é dar ordens. Pedir é sinal de fraqueza
  • Quem não joga duro pelo que quer só tem o que merece


No equilíbrio da assertividade, a pessoa acredita assim:

  • Eu sou igual aos outros, com os mesmos direitos básicos de todo mundo
  • Eu sou livre para pensar, me expressar, escolher e tomar decisões por mim mesmo
  • Eu tenho o direito de tentar, cometer erros, aprender e melhorar
  • Eu sou responsável por minhas próprias atitudes e por minhas reacções a outras pessoas
  • Eu não preciso de permissão para tomar atitudes que não desrespeitem ninguém
  • Não é o fim do mundo discordar dos outros. Acordo nem sempre é necessário ou possível
  • Eu tenho o direito de dizer “não” ou “sim” quando preciso


Ser assertivo é ter confiança em si mesmo e consciência do valor próprio, com equilíbrio e responsabilidade. E isso é uma qualidade rara nas pessoas. É rara porque deriva de crenças sadias, equilibradas e justas.

E aí, mais uma vez, você vê o papel da fé inteligente — a crença nos princípios de Deus. A fé inteligente produz assertividade. Já a religião produz um dos dois extremos — basta olhar ao redor e ver.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

REFLEXÕES UNIVERSAIS: Google homenagea Madiba

REFLEXÕES UNIVERSAIS: Google homenagea Madiba: O motor de busca mais popular do planeta, Google, postou o nome do herói, não só da África do Sul, mais também da humanidade inteira, pel...

Google homenagea Madiba


O motor de busca mais popular do planeta, Google, postou o nome do herói, não só da África do Sul, mais também da humanidade inteira, pelos seus feitos de tolerância, honestidade e luta quase que eterna contra o racismo, na sua página de pesquisa. Ao abrir o site www.google.com pode se ver o nome completo do herói da luta contra o movimento segregacionista do Apartheid (Nelson Rolihlahla Mandela), bem como, o período em que esteve entre nós (1918-2013).



Madiba como era mundialmente conhecido o seu nome sofria de uma infecção pulmonar, doença que se acredita ter contraído aquando da sua estadia na prisão, pelos seus actos contra o regime racista nos tempos áureos de Peter Botha.


Ao clicar no nome, o leitor poderá ser conduzido ao Projecto do Arquivo Digital contendo informações, fotos de momentos marcantes da vida do homem que lutou pela justiça, abrindo mão da sua própria liberdade pela da sua nação durante 27 anos. 

O projecto Arquivo Digital Nelson Mandela visa localizar, documentar, digitalizar, e garantir o acesso  de todo o arquivo material da vida de Madiba.

"A prisão, longe de quebrar o nosso espírito, tornou-nos mais unidos a prosseguir com a nossa luta até a conquista da vitória", Mandela, falando sobre os anos em que esteve na prisão.





quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quem não usa a fé é



É Como quem tem um computador de última geração mas só o usa para enviar e receber e-mails…


Como quem tem o melhor seguro de saúde privado mas quando fica doente pega fila no hospital público…

Como quem tem uma Camaro na garagem mas pega o autocarro superlotado todo dia…

Como quem tem o chef do restaurante mais premiado à disposição mas come todo dia na barraca da esquina…

Como quem tem o guarda-roupas cheio dos trajes mais finos, desenhados pelos melhores designers da Europa, mas se veste como um mendigo…

…assim é quem não usa a fé em Deus.

Tudo é possível ao que crê. (Marcos 9.23)

Todos têm fé. Poucos sabem usá-la. Qualquer um pode aprender.

Eleições em Moçambique: Resultados do MDM mudam xadrês político do país

Alguns analistas dizem que a vitória eleitoral do Movimento Democrático de Moçambique-MDM nas três principais cidades moçambicanas a norte do rio Save mostra que o partido Frelimo, no poder, terá que reagir rapidamente para inverter a tendência de voto, nas eleições legislativas e presidenciais do próximo ano, sob pena de sofrer pesado revés.
Nas recentes eleições autárquicas, o MDM ficou com as autarquias de Quelimane e Beira, no centro do país, e Nampula, no norte, uma vitória que, segundo o sociólogo Pedro  Zibia, representa um sinal de mudança, embora numa primeira fase, isso se reflicta apenas ao nível dos municípios, uma vez que o MDM é um partido com uma implantação  ainda muito localizada, num país tao extenso como é Moçambique.

Na sua opinião, uma das implicações desta vitória é ela funcionar como um factor de pressão sobre a Frelimo e a Renamo para o fim da presente tensão político-militar no país, pela relevância que o MDM passa a ter no debate politico nacional, ao ocupar um espaço deixado em aberto pela Renamo.

O que ficou claro nestas eleições é que os militantes da Frelimo nao votaram no seu Partido, o que significa que há um descontentamento no seio deles, e muitos não se revêem nas suas políticas e no discurso do seu Partido.

Para o analista Luis Loforte, a vitória do MDM traduz o facto de que, se calhar, a Frelimo ainda acredita que a maior parte dos moçambicanos, continua a pensar que é a direcção deste Partido que sempre vai encontrar soluções para os seus problemas.

A Frelimo, esqueceu-se de que durante os anos da sua governação investiu muito na formação das pessoas, de tal ordem que essas pessoas formadas já começam a questionar, e ela não foi capaz de entender que os questionamentos sempre precisam de estudo e de reanálise das situações.

“Esta é a consequência de termos um exército de jovens formados que aprenderam a questionar, e como não têm encontrado respostas adequadas, então, estes resultados São consequências disso”, referiu Luis Loforte.

Contudo, para o analista, estas vitórias do MDM a norte do rio Save têm outras implicações de unidade nacional. Se fossem apenas vitórias politicas como existem em todos os países democráticos, não haveria problemas, “mas eu tenho vindo a notar que as vitórias do MDM a norte do rio Save, algumas pessoas associam a algumas injustiças, a alguns desequilíbrios regionais, metem algumas tónicas de tribalismo, de regionalismo, e isto é muito perigoso”.

Entretanto, Luís Loforte considera que a vitória do MDM é também benéfica para a jovem democracia moçambicana, porque uma democracia sem o contraditório não é robusta e dificilmente pode crescer, mas lamenta o facto de algumas pessoas, após a vitória do MDM em Quelimane, terem afirmado que os munícipes desta cidade se libertaram da escravidão e que o povo da Zambézia não pode ser governado por estrangeiros, o que já ultrapassa os objectivos.

“Não ponho em causa qualquer virtualidade, qualquer mérito de haver Assembleias Municipais diversificadas. Se fosse só isso, eu ficava muito feliz com isso, porque também é mau a Frelimo ganhar tudo, porque aí a arrogância das pessoas havia de subir. Eu desejava, de facto, que houvesse este equilíbrio que traga a discussão e traga melhores ideias para o desenvolvimento da coisa comum”, sublinhou.

Em termos de implicações desta vitória nas eleições legislativas e presidenciais do próximo ano, é preciso ter em conta que o MDM ganhou em toda a linha. Mesmo nos municípios onde a Frelimo ganhou as presidências e a maioria nas assembleias municipais, há lugares que vao ser ocupados por elementos do MDM.


A jornalista Célia Mahanjane acha que a vitória do MDM em Quelimane, Nampula e Beira vai fazer com que as eleições legislativas do próximo ano permitam a formação de um parlamento mais equilibrado.

Mahanjane entende que o parlamento seria mais equilibrado ainda se a Renamo participasse nas próximas eleições.

Inédito: Assassinato de taxista moçambicano chega ao cinema

Drama de taxista moçambicano assassinado, na África do Sul, chega ao cinema.
A vida de Mido Macia, o taxista moçambicano torturado e assassinado por polícias sul-africanos em Fevereiro de 2013, vai ser retratada num documentário produzido por dois cineastas moçambicanos radicados na África do Sul.


Charles Khosa e Glen Sthole estão a produzir um documentário que apresenta a vida do taxista moçambicano, que no início do ano, foi amarrado a um carro da polícia e arrastado durante centenas de metros, acabando por morrer numa cela.

Para escoamento de carvão: Tailandesa ganha concessão de 525 km de linha ferrea em Moçambique

A empresa tailandesa Italthai Engineering ganhou o concurso para a construção de uma linha férrea de 525 quilómetros no centro de Moçambique, orçada em cerca de 2,6 mil milhões de euros.


Em comunicado divulgado após a sessão semanal, o Conselho de Ministros moçambicano afirmou que a Italthai Engineering terá a cargo a construção do Porto de Macuse, província de Quelimane, centro do país, e da respectiva linha férrea até ao distrito de Moatize, província de Tete, rica em carvão.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Palavras que machucam...

Pensar antes de falar é uma rara habilidade. Nem todos têm e mesmo quem tem às vezes esquece de usar. Por que falamos sem pensar nas consequências?

Porque estamos frustrados por alguma coisa. Porque sentimos raiva. Porque queremos preencher o vazio. Porque queremos ser engraçados. Porque queremos chamar atenção. Porque queremos dar o troco. Porque queremos tirar uma reação da outra pessoa. Porque somos pobres na comunicação. Porque, na verdade, somos egoístas.

Egoístas e às vezes fracos diante de nossas emoções. Daí, a sabedoria e a inteligência dão as mãos e vão passear.

O que podemos fazer para evitar falar sem pensar?

Pensar mais nos outros, menos em nós, e praticar o domínio de nossas emoções.

Por outro lado, o que podemos fazer quando alguém nos fala palavras que machucam?

Curiosamente, a mesma solução se aplica: pensar menos em nós, mais na outra pessoa, e dominar nossas emoções.

Em vez de deixarmos aquelas palavras nos ferirem, podemos focar na outra pessoa e tentar entender por que ela falou aquilo. Compreendê-la. Dar um desconto para seu momento de fraqueza. Tentar descobrir o que ela realmente quis dizer mas falhou na escolha das palavras. E focar nisso.

É sábio pensar antes de falar. É inteligente saber reagir quando alguém lhe fala antes de pensar.

Problemas de comunicação...

Um dos maiores problemas das pessoas sempre foi a deficiência na comunicação. Não conseguem (ou não se esforçam para) compreender o que o próximo quer dizer e também fracassam em expressar seus pensamentos.

Mesmo sem querer, comunicam ignorância, arrogância, estupidez e outros atributos não admiráveis. Rompem amizades. Semeiam contendas. Geram brigas. Magoam entes queridos. Perdem a admiração de quem lhes observa.

Todos nós somos vitimas e culpados disso ao mesmo tempo. É um mal do ser humano.

Mas isso não é desculpa para não melhorar. O primeiro passo é reconhecer a importância de comunicar bem. Entender e se fazer entendido. Reconhecendo isso, podemos ir afiando nossas habilidades de comunicação: ouvir, falar, escrever, ler, comunicar com o corpo e a aparência, tom de voz, brevidade, clareza, conteúdo, silêncio… Há muitas áreas que formam a boa comunicação onde podemos melhorar.

Reconheça que precisa. Identifique seus pontos fracos. Comece a fazer algo a respeito.

Muita coisa em sua vida pode mudar para melhor se você melhorar sua comunicação.

Um erro clássico que todo casal comete...

Algum problema está cozinhando entre o casal. Ninguém fala nada por um tempo, até que um não aguenta e aponta: “Você poderia fazer mais isso e menos aquilo/ser mais assim e menos assado.”

A observação é justa. O outro realmente está falhando, e se parar um pouco para pensar no que ouviu, vai reconhecer. Mas normalmente, o instinto de se defender supera a razão e a pessoa responde: “Sim, mas você também tem feito isso e aquilo e aquilo outro. E além disso, tem sido assim e assim comigo.”

O instinto é tirar o foco dos próprios erros e colocá-lo nos erros do outro. Dividir a culpa. Não parecer que é tão mau assim.

O problema é que não funciona. Vocês vão ficar nessa até os cabelos embranquecerem e não vão resolver nada, só piorar.

A solução? Troque a vírgula depois do “sim” pelo ponto final. E o “mas” pelo “reconheço”.

Quando seu parceiro aponta um comportamento seu que é ruim para o relacionamento, em vez de responder, “Sim, mas…” e completar com outra acusação, apenas diga “Sim.” Ponto final. Não emende com um apontar de dedo para o outro. Se for falar alguma coisa mais, que seja seu reconhecimento do erro, ou alguma pergunta para entender melhor o que seu parceiro está dizendo.

“Sim. Reconheço que eu fico muito tempo vendo TV e quase não te levo para sair. Como é que a gente pode melhorar isso? Tenho algumas ideias mas gostaria também de ouvir as suas.”

Quer dizer, conduza a conversa para uma resolução satisfatória. Entrem num acordo. Combinem o que farão diferente. E aí façam como combinado.

É claro que você deve ter suas reclamações também. Mas não é o momento certo trazê-las à tona na mesma hora que o outro apontou seus erros. Vira pingue-pongue.

Em outro momento, talvez outro dia, você traz a sua reclamação. E aí siga o mesmo processo. Se o outro cometer o erro de se defender, você simplesmente o lembra: “Amor, terei o prazer de lidar com essa sua reclamação mais tarde, como eu fiz com a minha da última vez, mas agora eu queria que conversássemos sobre esse ponto que eu levantei.”

Isso sim, funciona.

Lembre-se, troque a vírgula pelo ponto final e o “mas” pelo “reconheço”. E um assunto de cada vez.

Só pingue, não pongue.

OS TRÊS ÚLTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE "O GRANDE"

Quando estava à beira da morte, Alexandre, "O Grande", convocou os seus generais e relatou seus 3 últimos desejos:

1. Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos mais eminentes médicos da época;

2. Que fossem espalhados no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas...); e

3. Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos.

Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a Alexandre quais as razões.
Alexandre explicou:

1. Quero que os mais eminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;

2. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3. Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

Por quais princípios e valores você vive?


Todo mundo vive por certos princípios e valores. Bons, maus, estranhos, repulsivos — sejam como for, esses valores e princípios existem e cada um vive por aqueles que escolhe crer.


Princípios e valores são na essência crenças que guiam nossas decisões e visão do mundo. Desde que nascemos, essas crenças têm nos formado e definido quem somos e o que fazemos. Alguns vivem pelos princípios e valores da religião em que nasceram. Outros escolhem alguém como modelo e seguem sua filosofia. Gandhi. Mandela. Steve Jobs. Hitler. Marx. Mother Theresa. Bono. Bin Laden. Todo mundo segue algum conjunto de princípios e valores, mais provavelmente uma salada de vários que absorveu ao longo da vida.

Não há quem não viva sem princípios. Quando alguém diz, “Fulano não tem princípios” — na verdade, está dizendo que aquela pessoa tem maus princípios. Os ladrões, traficantes, estupradores também têm seus princípios, pelos quais justificam o que fazem.

Concluindo então que ninguém vive sem princípios e valores, a pergunta é, por quais você vive? E também importante: é possível deixar princípios antigos e adquirir novos?

Respondendo a última pergunta primeiro: sim, é possível. Você provavelmente já trocou alguns ao longo da vida, para melhor ou para pior. Normalmente quando trocamos nossos princípios e valores, aquele momento se torna um ponto de mudança em nossas vidas — tamanho é o poder que eles têm de nos influenciar.

Por isso a primeira pergunta é crucial: Por quais princípios e valores você escolheu viver?

A inteligência espiritual me ensina que se princípios e valores ditam a minha vida, e eu quero ter a melhor qualidade de vida possível, então eu devo adoptar os melhores princípios e valores que existem.

Onde encontrá-los? Quem os tem? Como saber que realmente são os melhores?

Os resultados comprovam os que é bom ou ruim. Os princípios e valores que mais têm mudado vidas para melhor são, sem dúvida alguma, os princípios de Deus.

Quem os tem? O Senhor Jesus Cristo foi a pessoa que os viveu e ensinou. E Nele não houve mau exemplo, como é possível encontrar em todos os outros “grandes” líderes que ensinaram muitas coisas boas, mas também fizeram coisas más.

Onde encontrá-los os princípios Dele? Nas palavras da Sua mensagem, a saber, nos Evangelhos e nas Escrituras bíblicas.

É por isso que eu creio Nele, moldo minha vida totalmente nas Palavras Dele, e medito nessas Palavras todos os dias.

Não é sorte. É escolha. E está também ao seu alcance.

(Bispo Renato Cardoso)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Doze anos depois, 11 de Setembro ainda dita política de segurança

Doze anos após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, a nova torre do One World Trade Center domina o céu de Nova York. Há muito, o chamado Marco Zero já foi reconstruído. 

O mentor dos ataques, Osama Bin Laden, está morto. Nesse meio tempo, os militares americanos se retiraram do Iraque, e seu retorno do Afeganistão está planeado para 2014.

O que restou foi uma política de segurança que tem dominado a forma de pensar e agir dos governos americanos desde os atentados.
“Nos anos 1990, o aspecto económico tinha primazia nos EUA”, observa o cientista político Martin Thunert, do Heidelberg Center for American Studies. No entanto, isso mudou abruptamente após os ataques.
 “Depois, a primazia passou a ser da segurança. E, com algumas ressalvas, isso vale até hoje", frisou.

OPINÃO: O PRESIDENTE OBAMA E O DILEMA CLÁSSICO DO CONFLITO SÍRIO

Com indecisão em relação ao conflito, presidente americano não somente fortaleceu os inimigos e enfraqueceu os apoiantes, como também falhou em sua principal missão como líder.

Tomar decisões sobre guerra e paz, sobre vida e morte é requisito principal da candidatura ao cargo de presidente dos Estados Unidos. No primeiro ano de seu mandato, Obama tomou explicitamente para si essa tarefa: "Quando um problema tem uma solução clara, ele não vem parar na minha mesa. A única coisa que eu decido são as questões difíceis", disse o presidente americano em entrevista.
No entanto, foi justamente isso que Obama não fez no caso da Síria. Desde o início do conflito, em março de 2011, ele hesitou e titubeou. Foram necessários meses de violência até que Obama se posicionasse e exigisse a renúncia de Assad. Ele descartou uma intervenção militar e o envio de armas à oposição. Consequências: nenhuma.

Guiado em vez de guiar

Quando um porta-voz do Pentágono, seguido pela então secretária de Estado Hillary Clinton, falou do uso de armas químicas como uma linha vermelha, em meados de 2012, Obama só os acompanhou nove dias depois.

Apoiado por Hillary, o Pentágono apresentou a Obama, em seguida, planos para o fornecimento de armas aos rebeldes. Ele rejeitou. Consequências: nenhuma.

Quando surgiram os primeiros relatos sobre o emprego de armas químicas, Obama se referiu a isso como um "game changer", ou seja, como uma mudança de jogo. Depois que a inteligência americana confirmou esse uso, Obama disse que era preciso primeiro descobrir quem foi o responsável. Consequências: nenhuma.

Quando o novo chefe do Pentágono, Chuck Hagel, declarou finalmente que os EUA estariam avaliando o envio de armas, Obama logo se juntou a ele. Ao mesmo tempo, ele advertiu que primeiro era necessário "olhar antes de saltar". Consequências: nenhuma.

Sem bússola

Finalmente, em meados de 2013 – de acordo com dados das Nações Unidas mais de 90 mil pessoas morreram até então na guerra síria – Obama aprovou o envio de armas. Mas mesmo quando Washington confirmou os relatos sobre um uso em larga escala de armas químicas pelo regime de Assad, ele continuou a hesitar.

A princípio, ele explicou que tinha se decidido por uma intervenção militar. Quando, no entanto, o Parlamento Britânico rejeitou uma participação, Obama mudou de curso numa questão de horas e passou também a querer a aprovação de seu Congresso.

Como é previsível que o Congresso poderia recusar o seu consentimento, seguiu-se a última pirueta retórica até o momento: o secretário de Estado John Kerry disse que, caso a Síria submeta suas armas químicas ao controle internacional, os EUA poderiam abster-se de uma ação militar. Após a Rússia e o regime de Assad receberem a notícia de bom grado, o governo Obama adiou até nova ordem o ataque planejado e tenta novamente ganhar tempo.

Falando claramente: existem razões lógicas a favor e contra um ataque militar. Uma solução ideal não existe. Em ambas as alternativas, os riscos superam em muito os potenciais benefícios: um dilema clássico.

Sem estratégia

Mas justamente para decidir situações em que há somente soluções ruins, os presidentes dos EUA são eleitos. E quem ainda, como o próprio Obama, se orgulha desse poder de decisão, dele é esperado que satisfaça essa exigência em tempos de crise. Obama não fez isso.

Desde o início da guerra, há dois anos e meio, Obama hesitou, titubeou e tentou ganhar tempo. Ele não tem guiado a situação, tem somente reagido à pressão de seu próprio gabinete, da oposição e dos acontecimentos na Síria. Até hoje, não se pode reconhecer uma estratégia para a Síria nem de forma genérica.

Por esse motivo, também se encaixa nesse cenário o fato de que, pela primeira vez, o presidente Obama – depois de dois anos e meio de guerra com mais de 100 mil mortos – queria ele mesmo falar ao povo americano sobre a questão da Síria.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Brasil e o Contragolpe da Dilma

Estava tudo preparado – mais alguns dias de agitação e, no 1 de julho, com a greve nacional, um pilantra acionaria o Supremo Tribunal Federal argumentando que diante da confusão reinante, das perdas do Brasil com a depreciação do real diante das outras moedas e da impossibilidade de se governar só havia uma solução

– o impeachment da presidenta.
Joaquim Barbosa faria um sorriso de envaidecido, já sonhando com a faixa presidencial, e daria provimento imediato à demanda. E o STF que, no caso Battisti, queria mas não pôde enquadrar o ex-presidente Lula, assumiria o controle político do país, retirando Dilma do poder.
Para garantir o golpe, legal como foi o do Paraguai, haveria a rede da grande mídia, com a Globo caprichando nos closes dos ministros togados favoráveis ao impeachment.
E a Veja lançaria a capa sacralizando o golpe – o “STJ cassa (ou caça ?) Dilma”. Em letras grandes, as primeiras medidas a serem tomadas por quem assumisse o poder – acabar com as bolsas escola e família, abrogar a lei em defesa das domésticas, privatizar a Petrobrás, acabar com as cotas universitárias em favor de negros e índios, privatizar o ensino e a saúde, acabar com a maioria dos ministérios e secretarias de governo dentro de um plano neoliberal de reduzir o Estado ao mínimo e abrindo nossas fronteiras a todo e qualquer capital estrangeiro, numa espécie de suk ou mercado livre de nossas riquezas.
Só que Dilma foi rápida na reação, impedindo que as manifestações iniciadas com justos protestos contra o aumento de passagens de transportes públicos, acabassem sendo recuperadas por setores menos interessados pelo povo e mais por assumir o poder, a fim de reverter todas as conquistas sociais dos últimos anos.
Muitos dos reclamos dos manifestantes correspondiam às necessidades da população e constituíam falhas cometidas pelo governo, no afã de construir uma base governável. Feita a autocrítica, tomada a palmada na bunda, era preciso, e logo, garantir terem sido ouvidos os protestos.
O plebiscito por uma assembléia constituinte evita que fique com o STF a decisão sobre quem governa, e restitui ao povo sua soberania. É um sabor de democracia participativa ou de democracia direta, que os suíços utilizam com frequência.
O povo nas ruas fez uma série de reivindicações que serão catalogadas para se transformarem em lei por uma assembléia constituinte.
É verdade que, depois do encontro da presidenta Dilma com a direção da OAB, surgiram dúvidas no Planalto, se o caminho a seguir é realmente o de se convocar uma Constituinte, capaz de mudar a Constituição, dentro do projeto de Reformas políticas.
O ideal seria a presidenta Dilma não ceder à OAB, que embora tenha ações louváveis e de vanguarda em diversos setores, não deixa de ser o lobby do atual establishment jurídico brasileiro, cujo emaranhado dificulta o combate à corrupção no Brasil. Principalmente quando Dilma diz querer tornar a corrupção num crime hediondo.
Como aplicar uma Reforma política sem uma Constituinte ? Tão logo seja submetido o plebiscito ao povo e aceito, o governo Dilma deveria convocar a assembléia. Como nosso regime presidencialista não permite a dissolução do parlamento, a Constituinte se faria com os atuais parlamentares. Haveria o risco de entraves e mesmo de algumas leis serem desvirtuadas, mas esse é o risco da democracia direta.
Mas não se pode esquecer que feitas as Reformas na atual Constituição, teriam de ser aprovadas num referendo submetido ao povo. Se as reformas aprovadas não corresponderem aos anseios populares, elas poderão ser rejeitadas.
Em todo caso, seja qual for a decisão tomada, o Brasil, que evita reprimir as manifestações e que aceita discutir soluções com os manifestantes, dá uma grande prova de democracia para o mundo. Mesmo a Europa não tem esse jogo de cintura com os manifestantes.
(publicado originalmente no site Direto da Redaçao)
Rui Martins, jornalista, escritor, correspondente em Genebra

Os Davids, os Golias e o "Dossier Snowden"

Poderia ser um romance de John Le Carré. Aliás, espero que venha a ser. Hollywood jamais vai filmar uma história destas. E se filmar, vai ser, provavelmente, sobre a “justa” caçada ao “traidor” Edward Snowden.
Mas os elementos do roteiro estão dados. De um lado, os Davis, a começar por Snowden, o ex-(nessa altura)agente da CIA, que trabalhava para uma empresa privada prestadora de serviços para a Inteligência norte-americana, a Booz Allen Hamilton Inc., com sede em Virginia, “a consulting firm for communication and information technology”. Além dele, Julian Assange, confinado na Embaixada do Equador em Londres há um ano; Baltasar Garzón, o juiz espanhol que teve o peito de mandar deter Pinochet na Grã-Bretanha, para escândalo de Mme. Thatcher (que Deus a tenha) e de muitos governos pelo mundo, hoje escorraçado pelo judiciário de seu país; na prisão, acusado de alta traição, Bradley Manning, o corajoso soldado que liberou informações para Assange, fechando o círculo dos Davis.
Agora os Golias: a National Security Agency dos EUA e o governo norte-americano, lançando ordens – ordens, não pedidos – de extradição de Snowden pelo mundo, ameaçando os governos latino-americanos que derem asilo ou facilitarem a locomoção do acusado. Ao mesmo tempo, o britânico GCHQ – UK Government Communication Headquarters – junto com seu congênere SIGINT – UK Government Signal Intelligence – denunciados, como os anteriores dos EUA por invasão de privacidade, controle abusivo da web, espionagem com possíveis resultados no campo comercial, industrial e outros. Parece até que para desmoralização de Washington o controle exercido por Londres era maior e mais eficiente.
Em todo caso, ambos se provaram altamente ineficientes contra o que apregoam quererem controlar: ameaças de ataques terroristas.
Coadjuvantes: do lado dos Davis, gente como Daniel Ellsberg, dos “Pentagon Papers”, no tempo da Guerra do Vietnã, provando, entre outras coisas, que os Estados Unidos forjaram informações para justificar sua intervenção no conflito. Da mesma maneira como forjaram dados – com apoio da velha mídia internacional – sobre a suposta posse de armas de extermínio em massa pelo Iraque, para justificar a invasão de 2003. Ainda do lado dos Davis está Michael Moore, o cineasta que vem denunciando sistematicamente a violência na sociedade norte-americana.
Os Golias contam sobretudo consigo mesmos. Mas têm outros Golias pela frente. O pedido (ou ordem) de extradição que o governo de Washington enviou a Hong Kong esbarrou no governo chinês – objeto, ao que parece preferencial, das espionagens norte-americanas. Assinale-se ainda o enorme contencioso que já existia entre os dois países exatamente sobre espionagem (mútua) cibernética, invasões de hackers, etc. Outro Golias na frente dos EUA. é a Rússia, também objeto das espionagens norte-americanas. Certamente Moscou autorizou a viagem de Snowden para seu aeroporto para se apossar do que em seus documentos há sobre ela mesma. Além disso, Rússia e Estados Unidos estão reescalando um clima de Guerra Fria em torno da Síria.
Por fim, assinale-se a presença do Equador, país que guarda contenciosos com os E. U. A. e com a Grã-Bretanha, e que não vai se curvar ante as exigências de Washington. Além disso, há Cuba, por onde eventualmente Snowden pode passar se for mesmo para o Equador.
De fato, o caso mostra que os Golias têm um imenso poder. Mas não ilimitado.
Também mostra que o espaço virtual é, de fato, um dos espaços primordiais das guerras e disputas do futuro. Como no caso das redes brasileiras, hoje espaços privilegiados das tentativas de cerco do governo de Brasília pelas palavras-de-ordem da direita.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O mundo visto por meio dos dados....Eles estão de olhos na sua privacidade!

Em novo livro, autores mostram como as máquinas podem prever comportamentos. O Google faz. A Amazon faz. O Walmart faz. E, como mostram notícias recentes, o governo dos Estados Unidos também.


Faz o quê? Analisam uma enxurrada de dados sobre quase todos os aspectos de nossas vidas a fim de identificar padrões de comportamento e fazer prognósticos. Esse processamento de uma grande quantidade de dados é chamado de “Big Data”.
A Amazon, por exemplo, usa dados de clientes para sugerir produtos com base no histórico de compras. O Google recorre às nossas informações para vender anúncios e alimentar serviços e produtos. A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), segundo reportagens recentes, colecta registos telefónicos de milhões de pessoas e dados de e-mails, chamadas de áudio e vídeo, fotos, documentos e logins de empresas de internet, como Microsoft, Yahoo, Google, Facebook e Apple. O objetivo é monitorar pessoas que ofereçam ameaça à segurança do país.
Por que usar rede tão gigantesca para procurar meia dúzia de suspeitos de terrorismo? “Quem quer procurar uma agulha no palheiro precisa antes ter um palheiro”, diz Jeremy Bash, que foi chefe de gabinete do ex-director da CIA e ex-secretário de Defesa Leon Panetta.
Por que usar rede tão gigantesca para procurar meia dúzia de suspeitos de terrorismo? “Quem quer procurar uma agulha no palheiro precisa antes ter um palheiro”, diz Jeremy Bash, que foi chefe de gabinete do ex-diretor da CIA e ex-secretário de Defesa Leon Panetta.
Em Big Data, um livro esclarecedor e muito oportuno escrito por Viktor Mayer-Schönberger, professor da Universidade de Oxford, e Kenneth Cukier, editor de dados da revista Economist –, os autores argumentam que o monitoramento mudou.
“No espírito do Google e do Facebook”, escrevem, “a ideia é que as pessoas são a soma de relações sociais, interacções online e conteúdos que acedem. Para investigar um indivíduo, é preciso examinar o amplo espectro dos dados que o cerca.”
Cukier e Mayer-Schönberger sustentam que a análise de Big Data está revolucionando a maneira como vemos – e processamos – o mundo, um panorama fascinante e alarmante do impacto em todas as áreas.
Na eleição de 2012 nos EUA, a campanha de Obama usou análises de dados para montar uma formidável máquina política para identificar potenciais eleitores. E a prefeitura de Nova York também empregou esse tipo de recurso para aumentar a eficiência de actividades como o atendimento em situações de calamidade pública e a identificação de locais que vendem cigarros contrabandeados.  O volume de dados disponíveis dobra a cada dois anos e Cukier e Mayer-Schönberger argumentam que, com a queda dos custos, as técnicas de análise estão se democratizando. O Big Data fez surgir uma série de novas empresas e ajudou as que já existiam a melhorar o atendimento ao consumidor.
Num futuro próximo, afirmam Cukier e Mayer-Schönberger o Big Data fará cada vez mais “parte da solução para graves problemas globais, como a questão da mudança climática, a erradicação de doenças e o fomento à boa governação e ao desenvolvimento económico”.
O Big Data também tem seu lado negro. “A captura de dados pessoais está presente na maioria das ferramentas que usamos, de sites na internet a aplicativos para smartphones”, assinalam. O segundo perigo citado pelos autores lembra o filme de ficção científica Minority Report, que retrata um mundo em que as pessoas podem ser detidas por crimes antes mesmo de cometê-los. No futuro próximo, sugerem os autores, as análises de Big Data poderão fazer projecções de comportamento de cada pessoa. Seguradoras, por exemplo, já usam análises preventivas do tipo.
Um dos aspectos problemáticos dessas previsões, advertem Mayer-Schönberger e Cukier, é que elas podem negar “o princípio da presunção de inocência”.


Ao mesmo tempo, o Big Data exacerba “um problema muito antigo: confiar exclusivamente em números, embora eles sejam muito mais sujeitos a erro do que imaginamos”. Fracassos recentes incluem a quebra de Wall Street em 2008, que foi agravada por sistemas de negociação baseados em algoritmos matemáticos.
Além disso, como o músico e cientista da computação Jaron Lanier aponta em seu livro Who Owns the Future?, existe uma enorme diferença entre Big Data científico – dados sobre formação das galáxias ou surtos de gripe – e Big Data sobre pessoas, que é multifacetado, contraditório e pouco confiável.
A seu favor, Cukier e Mayer-Schönberger reconhecem as limitações dos números. Apesar de o livro provocar simpatia e interesse pelas ferramentas de Big Data para “quantificar e entender o mundo”, ele também alerta-nos sobre ficar a mercê da “ditadura dos dados”.
O que é Big Data?
O termo é usado para descrever o processamento de volumes muito grandes de informação como, por exemplo, todos os textos da Biblioteca Nacional ou o histórico de buscas dos brasileiros no Facebook. Big Data reúne e organiza gigantescas quantidades de dados para fins públicos ou comerciais. Em 2009, o Google ajudou a prever surtos de H1N1 nos EUA com seus dados de buscas por remédios contra gripe. Os registos de buscas também servem para que empresas criem anúncios direccionados.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Cais flutuante para processamento de hidrocarbonetos inaugurado em Moçambique

Um cais flutuante para o processamento de petróleo e de gás natural vai ser inaugurado na cidade de Pemba, em Cabo Delgado, facilitando a actividade das empresas que fazem a prospecção de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, informou o matutino Notícias, de Maputo.

Constituído por um aterro de acesso, com cerca de cem metros de comprimento e uma plataforma flutuante de acostagem capaz de receber dois navios em simultâneo, o novo cais é propriedade da estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), indo ser gerido pela empresa Bolloré Africa Logistics.

Em comunicado, a CFM informou que o novo cais flutuante, cuja construção custou cerca de 12 milhões de dólares, é o primeiro do género no país e foi concebido exclusivamente para manusear petróleo e gás, fazendo com que estes produtos deixem de ser processados no cais comercial do porto de Pemba.

Ilídia Rocha, directora de vendas da Bolloré Africa Logistics, disse que o novo terminal vai fornecer respostas rápidas e mais baratas às necessidades de manuseamento de gás e produtos petrolíferos comparativamente ao porto tradicional, o que vai permitir o desenvolvimento comercial do porto de Pemba e o consequente crescimento da economia naquela região do norte do país.

A construção do terminal petroleiro de Pemba é um projecto alinhado com o Plano Director para o Gás Natural em Moçambique, aprovado em 2012 no pressuposto de que apesar do grande potencial que possui, Moçambique tem poucas infra-estruturas e um grande défice de capital humano qualificado, factores que podem condicionar o objectivo de vir a ser um importante actor mundial em hidrocarbonetos, sobretudo em gás natural. (macauhub)