quinta-feira, 9 de junho de 2011

Libia: Khadafi ataca: Violações em massa com recurso a Viagra

As forças do coronel Muammar Kadhafi estarão a usar à violação como arma de guerra e a recorrer a fármacos para potenciar a ações dos soldados.
As acusações foram feitas pelo procurador do Tribunal Penal Internacional, Luís Moreno-Ocampo.
“Os medicamentos do tipo Viagra demonstram esse tipo de política. Eles estão a comprar contentores com produtos para aumentar a possibilidade de violação de mulheres. E nós estamos a recolher mais informação detalhada para confirmar esta política.”
A primeira evidência de violação surgiu com Eman al-Obeidi, a mulher que em março denunciou ter sido violada por soldados por ser natural de Bengasi
Agora, com provas, o Tribunal Penal internacional vai juntar mais uma acusação contra a cúpula do regime de Kahdafi. Em certas regiões do país haverá centenas de mulheres violadas.

A candidata francesa à direção do FMI

Com Christine Lagarde, a Europa dotou-se de uma candidata sólida para conseguir a direção do FMI.
Esta francesa nascida em 1956, advogada, especialista em direito do Trabalho e em direito da concorrência, dirigiu um gabinete internacional em Chicago, e por isso tem uma cultura anglo-saxónica associada ao intervencionismo à francesa.
Christine Lagarde, ministra francesa da Economia:
“Temos de ser rigorosos e cuidadosos relativamente às matérias primas. Os riscos são os mesmos. Precisamos de mecanismos que permitam uma regulação, e isso significa limites para evitar que os especuladores tomem posições demasiado importantes”.
A crise financeira, económica, da dívida e do euro, deram à ministra francesa de Economia uma oportunidade para provar a mais-valia. Convertida numa estrela entre os pares, obteve o apoio do
comissário europeu de Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rhen.
Face à crise grega defende a solidariedade europeia ao mesmo tempo em que exige reformas dolorosas em Atenas. Converteu-se numa das principais opositoras à reestruturação da dívida grega.
A mesma postura de Angela Merkel. A chanceler alemã apoia a candidatura:
“- Sempre disse que a ministra francesa das Finanças é uma personalidade excelente e uma pessoa com experiência…”
Alheia ao mundo político, Christine Lagarde foi a primeira francesa com a Pasta de Economia, em 2007, sob presidência de Nicolas Sarkozy. Depois de alguns deslizes, consolidou-se como elemento
indispensável pela gestão da crise económica que permitiu a França amortecer os prejuízos, Christine Lagarde é a ministra de Economia que mais anos tem estado à frente do ministério da V República.
O único obstáculo tem nome de banco. Trata-se concretamente do Credit Lyonnais. Para solucionar o litígio entre a entidade e um conhecido homem de negócios, Bernard Tapie, a ministra aprovou em 2007 o recurso a um tribunal arbitral privado. O custo para o Estado francês foi de 385 milhões de euros.
Está previsto que a justiça decida se abre ou não uma investigação sobre a atuação de Christine Lagarde a 10 de junho, data limite para depositar a candidatura ao FMI.
Se o caso ficar encerrado, Lagarde, acostumada a brilhar num mundo dominado por homens, terá desbravado o caminho para Washington.

Legado de Strauss-Khan ao FMI

Dominique Strauss-Kahn sucedeu ao espanhol Rodrigo Rato, na direcção do FMI no outono de 2007.
Por um lado, esta instituição financeira está muito marcada pelos dogmas neoliberais e pelas receitas implacáveis que impõe aos países em dificuldades; por outro, também está deficitária e envelhecida e nem sequer pressentiu a crise provocada pela deriva das finanças.
Strauss-Khan trouxe uma brisa de ar fresco à instituição, criada em 1944 em Bretton Woods.
Dominique Strauss-Kahn:
“-O Fundo tem de ser tão relevante como legítimo. Relevante significa que tem de se adaptar, adaptar-se à globalização, adaptar-se a novos tipos de crise financeira, como já passámos e que partiu dos Estados Unidos, em pleno debate sobre os créditos imobiliários de alto risco. Mas também podem desencadear-se outros tipos de crise.”
O novo diretor ocupou-se imediatamente das contas em pior estado. Vendeu parte do ouro e prescindiu de uma parte dos executivos. Atualmente, o FMI é mais rico do que nunca; os Estados membros duplicaram as contribuições permanentes ao capital, em 2010.
Strauss-Khan também modernizou o Fundo e reequilibrou o direito de voto no seio do conselho de administração, em benefício das economias emergentes.
Agora a China é o número três em termos de votos, o Brasil, a Índia e a Rússia também têm mais representação, enquanto a Europa abandonou dois dos nove postos que ocupava nos 24 que existiam no conselho de Administração.
Depois de aconselhar medidas de reativação aos Estados, o ex-chefe do FMI dedicou muitos esforços à crise da dívida dos países europeus decorrente da crise financeira.
No seu mandato, o FMI emprestou um total de 100 mil milhões de euros aos três países da zona euro: Grécia, Irlanda e Portugal, além de quatro países membros da União: a Hungria, a Letónia, a Roménia e Polónia.
Em troca, o FMI exige medidas extremas de austeridade. Nos países em que intervem, principalmente na Europa, o Fundo é muito impopular.
Noutros pontos do mundo, a anulação dos juros dos empréstimos aos países mais pobres, decidida por Strauss-Khan, melhorou a imagem da instituição financeira.
No entanto, o ex-diretor geral não conseguiu terminar a reforma do sistema monetário internacional, que queria liderar com o FMI. Demitiu-se na primeiras fase com o projeto em estado embrionário.
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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mensagem ao candidato vencedor das eleições legislativas portuguesas Sr. Pedro Paços Coelho


Meu caro Pedro:
Mal o conheço. Só falei consigo uma vez, quando o entrevistei para "A Cor do Dinheiro" (na RTP N), mas não resisto a deixar-lhe alguns conselhos. Até porque não fiquei impressionado com a conversa…

- 1ª tarefa: escolha o ministro das Finanças. Tudo vai passar por ele…: tem de ser alguém competente, respeitado, com sensibilidade para as empresas e… acima dos 50 (para não se "cortar" nas medidas difíceis, receando não ter emprego quando sair).
- Faça todo o "mal" que puder nos dois primeiros anos. Isto é, antecipe algumas medidas da Troika. Depois chape na cara da Merkel… e exija concessões.
- Não conte com estados de graça. Nem dos partidos. Nem do povo (aquela abstenção!). Nem da Troika. Nem da Imprensa - nós, jornalistas, desculpamos mais facilmente políticos de Esquerda que de Direita.
- Esqueça as medidas emblemáticas. São "pinte.." (você sabe o quê…). O sucesso faz-se de pequenas medidas. Bem executadas.
- Mande bugiar os barões do partido (os que o enxotaram e agora fazem fila para a fotografia). Não os deixe condicioná-lo.
- Não hostilize o PS. O país precisa dele para implementar o memorandum.
- Tenha paciência com o Paulo. Tem um ego Graaande, mas é competente.
- Não manipule estatísticas e ponha os "boys" na ordem - em matéria de lobbies, o seu partido não fica atrás do PS.
- Em suma: não governe para ser reeleito. Veja o Sócrates; não fez o que devia ter feito para não perder eleições. Mas perdeu copiosamente. Os 1º ministros não ficam na História por fazerem coisas simpáticas. Ficam por mudar o país.
- Ah! Só mais um ponto: estes conselhos são de graça. Prometo que se o tempo mostrar que me enganei quanto à "impressão", pedirei desculpa.