quinta-feira, 9 de junho de 2011

A candidata francesa à direção do FMI

Com Christine Lagarde, a Europa dotou-se de uma candidata sólida para conseguir a direção do FMI.
Esta francesa nascida em 1956, advogada, especialista em direito do Trabalho e em direito da concorrência, dirigiu um gabinete internacional em Chicago, e por isso tem uma cultura anglo-saxónica associada ao intervencionismo à francesa.
Christine Lagarde, ministra francesa da Economia:
“Temos de ser rigorosos e cuidadosos relativamente às matérias primas. Os riscos são os mesmos. Precisamos de mecanismos que permitam uma regulação, e isso significa limites para evitar que os especuladores tomem posições demasiado importantes”.
A crise financeira, económica, da dívida e do euro, deram à ministra francesa de Economia uma oportunidade para provar a mais-valia. Convertida numa estrela entre os pares, obteve o apoio do
comissário europeu de Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rhen.
Face à crise grega defende a solidariedade europeia ao mesmo tempo em que exige reformas dolorosas em Atenas. Converteu-se numa das principais opositoras à reestruturação da dívida grega.
A mesma postura de Angela Merkel. A chanceler alemã apoia a candidatura:
“- Sempre disse que a ministra francesa das Finanças é uma personalidade excelente e uma pessoa com experiência…”
Alheia ao mundo político, Christine Lagarde foi a primeira francesa com a Pasta de Economia, em 2007, sob presidência de Nicolas Sarkozy. Depois de alguns deslizes, consolidou-se como elemento
indispensável pela gestão da crise económica que permitiu a França amortecer os prejuízos, Christine Lagarde é a ministra de Economia que mais anos tem estado à frente do ministério da V República.
O único obstáculo tem nome de banco. Trata-se concretamente do Credit Lyonnais. Para solucionar o litígio entre a entidade e um conhecido homem de negócios, Bernard Tapie, a ministra aprovou em 2007 o recurso a um tribunal arbitral privado. O custo para o Estado francês foi de 385 milhões de euros.
Está previsto que a justiça decida se abre ou não uma investigação sobre a atuação de Christine Lagarde a 10 de junho, data limite para depositar a candidatura ao FMI.
Se o caso ficar encerrado, Lagarde, acostumada a brilhar num mundo dominado por homens, terá desbravado o caminho para Washington.

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