quinta-feira, 9 de junho de 2011

Legado de Strauss-Khan ao FMI

Dominique Strauss-Kahn sucedeu ao espanhol Rodrigo Rato, na direcção do FMI no outono de 2007.
Por um lado, esta instituição financeira está muito marcada pelos dogmas neoliberais e pelas receitas implacáveis que impõe aos países em dificuldades; por outro, também está deficitária e envelhecida e nem sequer pressentiu a crise provocada pela deriva das finanças.
Strauss-Khan trouxe uma brisa de ar fresco à instituição, criada em 1944 em Bretton Woods.
Dominique Strauss-Kahn:
“-O Fundo tem de ser tão relevante como legítimo. Relevante significa que tem de se adaptar, adaptar-se à globalização, adaptar-se a novos tipos de crise financeira, como já passámos e que partiu dos Estados Unidos, em pleno debate sobre os créditos imobiliários de alto risco. Mas também podem desencadear-se outros tipos de crise.”
O novo diretor ocupou-se imediatamente das contas em pior estado. Vendeu parte do ouro e prescindiu de uma parte dos executivos. Atualmente, o FMI é mais rico do que nunca; os Estados membros duplicaram as contribuições permanentes ao capital, em 2010.
Strauss-Khan também modernizou o Fundo e reequilibrou o direito de voto no seio do conselho de administração, em benefício das economias emergentes.
Agora a China é o número três em termos de votos, o Brasil, a Índia e a Rússia também têm mais representação, enquanto a Europa abandonou dois dos nove postos que ocupava nos 24 que existiam no conselho de Administração.
Depois de aconselhar medidas de reativação aos Estados, o ex-chefe do FMI dedicou muitos esforços à crise da dívida dos países europeus decorrente da crise financeira.
No seu mandato, o FMI emprestou um total de 100 mil milhões de euros aos três países da zona euro: Grécia, Irlanda e Portugal, além de quatro países membros da União: a Hungria, a Letónia, a Roménia e Polónia.
Em troca, o FMI exige medidas extremas de austeridade. Nos países em que intervem, principalmente na Europa, o Fundo é muito impopular.
Noutros pontos do mundo, a anulação dos juros dos empréstimos aos países mais pobres, decidida por Strauss-Khan, melhorou a imagem da instituição financeira.
No entanto, o ex-diretor geral não conseguiu terminar a reforma do sistema monetário internacional, que queria liderar com o FMI. Demitiu-se na primeiras fase com o projeto em estado embrionário.
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