quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


“Ainda não há transparência nas contas do petróleo de Angola,” diz ONG 

Open Society diz que há mais informação mas que esta ainda não é fiável
As contas do petróleo em Angola ainda não são transparentes e por isso não merecem confiança, concluíram dois relatórios sobre as operações petrolíferas do país da organização não-governamental Open Society.
Os dois relatórios  são titulados "Operações da Industria petrolífera em Angola" e “Receitas Petrolíferas em Angola, muita informação mas sem transparência suficiente".

Os dois documentos diferem mas um completa  disse a Directora de programas da Open Society, Sizaltina Cutaia.
"Os dois relatórios são destintos mas complementam-se," disse ela.
Outra responsável da ONG, Albertina Delgado deixou claro que que as informações sobre o sector do petróleo não garantem confiança.
A ONG reconhece que aumentou a quantidade de informações, pecando apenas na falta de transparência destes dados.
"Há mais informações mas é necessário que haja maior transparência destas informações," disse.
"Com base na informação que tivemos acesso podemos afirmar que os dados não são confiáveis nem fiáveis," acrescentou.
A consultora da  Open Society, Maria Lya Ramos, diz que sem transparência no sector de petróleo  muito dificilmente o país vai erradicar a pobreza extrema.
Existe em Angola, segundo Lya Ramos, uma extrema relação entre a pobreza e a falta de transparência no sector petrolífero.
"O problema do desemprego, da água potável, das casas condignas, o problema do acesso a saúde publica, que são dificuldades da maioria dos angolanos tem uma ligação directa com o sector petrolífero angolano," disse.
O deputado da UNITA Adalberto Júnior disse que é preciso haver uma maior fiscalização da Assembleia Nacional, para acabar com os descaminhos dos fundos petrolíferos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013




Moçambique entre as economias mais promissoras de 2013

Moçambique será uma das economias com um crescimento mais acelerado em 2013, principalmente por causa do setor da exploração do carvão, segundo estimativas da Economist Intelligence Unit (EIU).

A organização especializada em economia global, baseada em Londres, prevê que a Moçambique será a décima economia mais florescente em 2013, sendo os recursos naturais a base desse crescimento, em meio a crescente onda de investimentos registada nos últimos anos.

Sebastien Marlier, economista e especialista em assuntos de África, explica: “A exploração de recursos naturais, e especialmente do carvão, são os principais motores do crescimento económico a curto prazo e, a médio prazo, diria que o gás natural vai ter um papel muito importante nesse crescimento.”

Ainda de acordo com previsões do economista da EIU, o investimento no sector do gás vai começar provavelmente em 2013 e ajudará a apoiar o crescimento económico.

Entretanto, outros sectores são também fortes actores nesse crescimento, segundo Marlier que exemplifica: “O setor financeiro, turismo, transportes, especialmente para apoiar a exportação de recursos naturais. E também vemos um investimento mais forte no sector da agricultura comercial.”

De lembrar que, a exploração de carvão em Moçambique teve início, em 2010, sendo que as exportações foram iniciadas em 2011, prevendo-se um crescimento muito rápido em 2013.

Sebastien Marlier volta a lembrar que os mega-projetos situados em Moçambique, como por exemplo, do alumínio, eletricidade e agora carvão, vão ajudar a expandir a economia moçambicana apoiando também o forte crescimento económico, o que terá um impacto positivo no rendimento do país e também no fornecimento de energia e gás mais barato.

No entanto, a consequência negativa deste forte crescimento, na opinião de Marlier, é que não inclui setores tradicionalmente fortes em força de trabalho, como a agricultura tradicional ou pequenas fábricas.

Por isso ele apresenta os dois lados da moeda: “Então, temos um forte crescimento económico e aumento dos rendimentos, mas um impacto limitado em empregos.”

Por outro lado, Joseph Lake, especialista da EIU, refere que o crescimento em Moçambique “vai permanecer centrado no capital e dependente das exportações.

Lake prevê poucas ligações a outras áreas da economia, a não ser sectores dominados pelo Governo, como a construção e as finanças.

Para o especialista, o desenvolvimento de um setor privado vai ser dificultado por um capital humano fraco, um sistema judicial com falhas, fraca legislação, corrupção e domínio do setor privado pelo setor público.