Moçambique entre as economias mais promissoras de 2013
Moçambique
será uma das economias com um crescimento mais acelerado em 2013,
principalmente por causa do setor da exploração do carvão, segundo estimativas
da Economist Intelligence Unit (EIU).
A organização especializada em economia
global, baseada em Londres, prevê que a Moçambique será a décima economia mais
florescente em 2013, sendo os recursos naturais a base desse crescimento, em
meio a crescente onda de investimentos registada nos últimos anos.
Sebastien Marlier, economista e especialista em
assuntos de África, explica: “A exploração de recursos naturais, e
especialmente do carvão, são os principais motores do crescimento económico a
curto prazo e, a médio prazo, diria que o gás natural vai ter um papel muito
importante nesse crescimento.”
Ainda de acordo com previsões do economista da
EIU, o investimento no sector do gás vai começar provavelmente em 2013 e
ajudará a apoiar o crescimento económico.
Entretanto, outros sectores são também fortes
actores nesse crescimento, segundo Marlier que exemplifica: “O setor financeiro,
turismo, transportes, especialmente para apoiar a exportação de recursos
naturais. E também vemos um investimento mais forte no sector da agricultura
comercial.”
De lembrar que, a exploração de carvão em
Moçambique teve início, em 2010, sendo que as exportações foram iniciadas em
2011, prevendo-se um crescimento muito rápido em 2013.
Sebastien Marlier volta a lembrar que os
mega-projetos situados em Moçambique, como por exemplo, do alumínio,
eletricidade e agora carvão, vão ajudar a expandir a economia moçambicana
apoiando também o forte crescimento económico, o que terá um impacto positivo
no rendimento do país e também no fornecimento de energia e gás mais barato.
No entanto, a consequência negativa deste forte
crescimento, na opinião de Marlier, é que não inclui setores tradicionalmente
fortes em força de trabalho, como a agricultura tradicional ou pequenas
fábricas.
Por isso ele apresenta os dois lados da moeda:
“Então, temos um forte crescimento económico e aumento dos rendimentos, mas um
impacto limitado em empregos.”
Por outro lado, Joseph Lake, especialista da EIU,
refere que o crescimento em Moçambique “vai permanecer centrado no capital e
dependente das exportações.
Lake prevê poucas ligações a outras áreas da
economia, a não ser sectores dominados pelo Governo, como a construção e as
finanças.
Para o especialista, o desenvolvimento de um
setor privado vai ser dificultado por um capital humano fraco, um sistema
judicial com falhas, fraca legislação, corrupção e domínio do setor privado
pelo setor público.
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