quarta-feira, 8 de abril de 2009

Pelo 7 de Abril

Para as mulheres moçambicanas e do mundo

Sejam elas as que andam nuas nas periferias dos países- nativas índias de beleza dourada- ou as que desfilam elegância nos salões de altos palácios;
Sejam as empregadas que acordam cedo para fazer mover a roda-gigante da Terra
ou as patroas que acordam tarde para compensar o tempo gasto em festas;
Sejam elas mulheres conscientes de seu papel social ou humildes subalternas que meneiam a cabeça aceitando a imposição do destino para suas vidas...
Dedico este poema a todas as mulheres negras ou brancas, morenas ou ruivas, mulatas ou cafuzas, altas ou baixas, gordas ou magras, simples ou elegantes;
às que ainda não mataram seus sonhos ou que ainda não os deixaram morrer;
às da serra e das planícies, dos vales e das matas, às da zona rural ou das indigestas urbis, às das noites e às dos dias, às das casas e às das ruas;
às paralisadas pelo medo e às domesticadas pelos machos;
às que abriram a gaiola do lar e agora voam livres no comércio e na indústria;
a todas as mulheres, sem qualquer discriminação,cobrando apenas a crença no Amor e na Vida.Para elas escrevi este poemacomo se liberasse o fluxo do rio da paixão e deixasse verter o sangue da vida;
Como se plantasse a semente da esperança e aguardasse a promessa de futuro;
Como se fizesse concha com as mão se pudesse dessedentar uma a uma com minha oferta de amor;
Como se as palavras fossem suficientes para escrevera história que todas as mulheres escrevem com suas próprias vidas.
E, então, no despertar das consciências, no destravar das emoções, sem imposições, retornasse o desejo: o motor que move o mundo!Por isso escrevi este poema.
Como quem acende uma lareira no frio inverno da montanhae aguarda o dia chegar no apagar da última brasa vivaque fará a despedida da artificialidade...
Mulher é luz. Mulher é vida. Mulher é amor.
Ela traz dentro de si o fogo, traz a ardência, traz a paixão.
A humanidade não pode deixar morrer esta dádiva.
A beleza da mulher é seu corpo, é sua alma, é sua graça.
Mulher é poesia calorosa em noites frias das montanhas ou em pradarias quentes das planícies...
Que este poema possa percorrer o Mundo.
Nem que seja o mundo das mulheres,este mundo feminino de encanto e graça,de uma leveza sutil que põe alegria na existência.Nem que seja o mundo de um corpo só – do corpo de fêmeaque se incendeia novamente da valorização que lhe é devida –e que assim este poema cumpra o seu papel de cantar o valor da mulher;recompor alguma vida;fazer frutificar alguma esperança;expulsar alguma angústia;e reacender alguma paixão.
Enfim, que estes versos ao menos tragam de volta a alegria de alguma mulher...

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