quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Morreu o embondeiro da cultura moçambicana



Maputo, 05 Jan(GMN) - Da política às artes, foram muitas as manifestações de pesar pelo desaparecimento do pintor Malangatana Valente Nguenha, falecido, hoje, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, Portugal.
Muitos foram os que comentaram sobre a morte do monstro da cultura moçambica

“Fiquei muito chocado com essa notícia trágica”, disse Joaquim Chissano.

“Não percebo como é que o Malangatana, que parecia uma pessoa saudável e viajava com uma capacidade enorme, morre assim de repente”, confessa o arquitecto Pancho Guedes.

“Entendia que as culturas eram mulatas. É um enorme vazio a sua morte, mas deixa um grande legado”, refere Mia Couto.

“É uma grande perda. Para o mundo. Malangatana conquistou essa dimensão. Ultrapassou as fronteiras de Moçambique e de África. Esta perda é irreparável”, disse Domingos Simões Pereira, secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“A obra tem uma identidade muito forte. Quando olhamos para uma obra do Malangatana, imediatamente dizemos que é Malangatana. Tem uma autoria fortíssima”, sublinhou Isabel Carlos, directora do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.

“O que se pode falar de um embondeiro da cultura e um dos mais representativos de África? A cultura africana ficou órfã. Não sei o que vai ser de nós sem o Malangatana”, disse o pintor moçambicano Naguib.

Nascido a 06 de Junho de 1936, no distrito de Marracuene, Malangata foi um dos pintores moçambicanos mais conhecidos a nível mundial, tendo sido, em 1997, nomeado “Artista da Paz” pela UNESCO.

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