segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ANALISANDO DISCURSO DE OBAMA (II)

"Regras de conduta onde a força é necessária"


O Presidente norte-americano lembrou, depois, "os homens e as mulheres em todo o Mundo que foram aprisionados ou agredidos na luta pela justiça, aqueles que trabalham em organizações humanitárias para aliviar o sofrimento, os milhões sem reconhecimento cujos actos silenciosos de coragem e compaixão inspiram até os cínicos mais empedernidos". "Não posso discutir com aqueles que consideram estes homens e estas mulheres, alguns conhecidos, outros desconhecidos por todos menos aqueles que ajudam, bem mais merecedores desta honra do que eu".

Concluído o preâmbulo, Obama passou ao tema da guerra, que admitiu ser "a questão mais profunda em torno" do Prémio Nobel. Uma das frentes herdadas da Administração republicana, o Iraque, "está a acalmar", argumentou o Presidente dos Estados Unidos, 48 horas depois de uma série de acções terroristas coordenadas terem causado mais de 120 mortos em Bagdade. A outra frente, o Afeganistão, "é o conflito que a América não procurou". Uma guerra, disse, em que a América "é acompanhada por outros 43 países, incluindo a Noruega, num esforço para defender todas as nações de futuros ataques".

"Onde a força é necessária, temos um interesse moral e estratégico em estarmos vinculados a certas regras de conduta. E mesmo quando enfrentamos um adversário feroz que não conhece regras, acredito que os Estados Unidos da América devem continuar a ser portadores de padrões na conduta de guerra", vincou Barack Obama.

"Noções da guerra justa"

Adiante Barack Obama frisou: "Não trago, hoje, uma solução definitiva para os problemas da guerra. O que eu sei é que ir ao encontro destes desafios vai exigir a mesma visão, trabalho árduo e persistência dos homens e mulheres que agiram tão corajosamente há décadas. E vai exigir que pensemos de outra maneira sobre as noções da guerra justa e dos imperativos de uma paz justa".

Na condição de "única superpotência militar do Mundo", acrescentou o Presidente norte-americano, a América suscita, hoje, "suspeição".

Ainda assim, Obama reitera que os Estados Unidos não podem actuar a sós perante os desafios globais. Um conceito que abarca, a um tempo, a guerra e a paz, a economia global e a diplomacia mais ou menos musculada, de mira apontada a países como o Irão e a Coreia do Norte, parte do "eixo do mal" outrora enunciado por George W. Bush: "Os regimes que quebram as regras devem ser responsabilizados. Cabe-nos insistir para que nações como o Irão e a Coreia do Norte não joguem com o sistema. Aqueles que procuram a paz não podem permanecer indiferentes enquanto há nações que se armam para uma guerra nuclear".



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